O secretário-geral das Nações Unidas foi capa da ‘Time’ num extenso artigo a propósito das alterações climáticas. Na edição com data de capa de 24 de junho, e com o título ‘O nosso planeta está a afundar-se’, António Guterres aparece numa fotografia, captada na costa de Tuvalu, na Polinésia.
Esta é uma das zonas mais vulneráveis do planeta, devido ao aumento do nível do mar, e é a fotografia perfeita para alertar para o tema.
Na capa pode ler-se ainda: “Oceanos a subir, residentes em fuga, aldeias a desaparecer. O nosso planeta está a afundar-se”.
“Não é uma questão de diplomacia… É absolutamente essencial para o planeta e temos obrigação de fazer tudo o que pudermos para reverter a situação actual” diz o secretário-geral das Nações Unidas.
“As alterações climáticas são uma área onde as Nações Unidas têm obrigação de assumir liderança global”, pedindo que todos se juntem porque “é absolutamente essencial para o planeta reverter a situação atual”.
Recorde-se que em maio, António Guterres esteve em vários países do Pacífico Sul com o objetivo de chamar a atenção para o problema, sublinhando a necessidade de unir esforços no sentido da redução das emissões de gases com efeito de estufa.
Esta “batalha”, como refere, é uma das principais bandeiras do seu mandato, com o ex-primeiro ministro a alertar para o facto de estarmos a ficar sem tempo para evitar as consequências desastrosas das alterações climáticas.
O calendário marca para setembro uma nova cimeira, que vai ter lugar na sede da ONU em Nova Iorque, onde António Guterres vai encorajar os líderes mundiais a acelerar o processo antes de terminar o prazo para os signatários do Acordo de Paris cumprirem as metas traçadas. Isto porque “O tempo está a esgotar-se e o planeta a afundar”.
O que está em causa?
O clima do planeta mudou ao longo de milhões de anos, em especial com eras glaciares, intercaladas com fases de maior calor e, nos últimos 2.5 milhões de anos, assistimos a um desenvolvimento turbulento ao nível do clima, mas nada comparável ao que fazem os humanos neste século ao planeta.
O problema é que, com a interferência humana, o planeta vai aquecer muito mais rapidamente do que nos últimos milhões de anos.
A causa é a emissão de gases com efeito de estufa pela indústria, pelo cultivo e afins.
Ao saturar a atmosfera com gases com efeito de estufa o planeta tem de aquecer. E é o que está a acontecer.
Quem o diz é o Professor Hans Joachim Schellnhuber, diretor do Instituto para a Investigação do Impacto das Alterações Climáticas, de Potsdam, que explica assim as causas e as consequências das alterações climáticas e o que pode ser feito para as combater.
A primeira consequência é o aumento da temperatura. Este aumento na superfície leva ao aquecimento dos oceanos, que irá provocar a sua expansão, levando à subida de cerca de um metro no nível do mar.
Se vivermos junto à costa, ver um oceano subir, pode ser muito perigoso. Mas não é só quem vive perto da costa que irá sofrer as consequências de todas estas alterações.
Toda a população irá sofrer com a alteração nos padrões climáticos extremos. Os danos causados por catástrofes climáticas, físicos e materiais, estão à vista de todos sempre que acontece uma catástrofe.
Há também a questão da segurança alimentar. No final do século, os 12 mil milhões de pessoas, segundo algumas estimativas, vão obrigar a uma produção muito maior de alimentos.
Não são as máquinas que têm prejudicado o planeta. O caminho passa por cada um de nós.
“Há que alterar o sistema energético, o quanto antes, de combustíveis fósseis, como gás, petróleo e carvão, para fontes de energia livres de carbono fóssil, como energia eólica, solar e biomassa. A união Europeia pode rapidamente abandonar o CO2, mesmo com a atual tecnologia e tornar-se líder mundial na redução de gases” acrescenta o Professor Hans Joachim Schellnhuber.
Todas as nações do planeta devem colaborar reforça.
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