Concatedral de Miranda do Douro |
O que, na opinião de António Rodrigues Mourinho, poderá ter a ver com uma lenda.
“Em 1710 quando os espanhóis invadiram Miranda o Menino apareceu nas muralhas, como um fidalgo guerreiro a lutar contra os espanhóis e isso incentivou os portugueses a juntarem-se e conseguiram expulsar os invasores. No entanto, o Menino nunca mais apareceu depois de atingido o objectivo e isso levou a fazerem esta escultura.”
António Rodrigues Mourinho, investigador e antigo director do Museu e da Concatedral, aponta ainda outras lendas “como a de o Menino ter aparecido a chorar na rua e alguém lhe deu abrigo na igreja. Há ainda a de uma religiosa que mandou fazer a escultura projectando na figura um amor impossível.”
Ainda segundo António Rodrigues Mourinho a escultura terá sido feita no final do século XVII a pedido de alguém de Miranda e já aparece referenciada em documentos de 1722.
As referências têm a ver com o Menino Jesus, de pé, e segue nas procissões do ano novo e no dia de Reis. É, por isso que, ao longo do ano, “surge vestido com todas as cores litúrgicas. Na Quaresma é roxo, na Páscoa é branco, no Pentecostes é vermelho, no tempo comum é verde e depois volta a ser roxo no advento e branco no Natal.”
O Menino está protegido numa caixa de madeira. As partes laterais são em madeira, estão pintadas, e a da frente é de vidro. Quando visitei a Concatedral, o interior da caixa estava repleto de pequenas camisas brancas, algumas decoradas com enfeites dourados, meias em linho, um chapéu, um boné da GNR, fatos, vestidos com desenhos coloridos ou com as cores litúrgicas. Um numero significativo de oferendas.
“A maior parte das vezes é por agradecimento.”
A cartolinha também resulta de uma oferta. Muito provavelmente no inicio do século XX. É também com a cartola que o Menino sai na procissão do dia de Reis. Num andor que é transportado por quatro meninos.
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