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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

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COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira..
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quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

Enólogos transmontanos exploram vinhas velhas em Bemposta para produzir os tradicionais palhetes

Dois enólogos transmontanos fixaram-se na aldeia de Bemposta, em Mogadouro, para produzir vinho. Os sócios estão a explorar vinhas que os proprietários, por força da idade, já não conseguem trabalhar e dão assim outra vida a um território assombrado pela desertificação.
Dois jovens enólogos, ao contrário do que dita a tendência, acreditaram que o futuro podia passar pelo interior e fixaram-se na aldeia de Bemposta, no concelho de Mogadouro. Os transmontanos estão, desde 2017, a explorar vinhas velhas, cujos proprietários já não conseguem tratar. Frederico Machado, apesar de ali ter família, não fazia da localidade a sua residência, assim como o sócio, Ricardo Alves, natural de Bragança. Com 27 anos, o jovem brigantino conta que descobriram o potencial do território em visita à aldeia e que o abandono das vinhas retrata a realidade da região.

“As vinhas que nós lavramos são arrendadas de agricultores locais, é sempre uma consequência da realidade que é a mesma para toda a região. Fazemos nós a produção”, afirmou.

Os sócios exploram cerca de dez hectares, divididos em 15 parcelas, e apostaram na criação de um vinho elegante, que remete para o que será o tradicional do planalto mirandês.

“A nossa filosofia de vinificação é sempre fazer um vinho leve, equilibrado, sem grande extração. Pecou-se muito nesta zona por querer copiar o Douro, com as castas do Douro, com níveis altos de álcool, o tradicional no planalto mirandês nunca foram vinhos muito pesados”, mas sim “os palhetes, mais elegantes mais leves”, referiu.

O “saroto”, uma expressão tradicional em Bemposta, é o que se chama a um lagarto com a ponta do rabo cortada. Os jovens deram agora outra dimensão à palavra, já que o bicho empresta nome ao vinho. “A ideia do nome foi para ilustrar o corte de certas práticas na vinha, como o uso excessivo de herbicidas e fertilizantes químicos e o retorno de práticas tradicionais de lavoura da vinha, a lavoura animal, a escava, a plicação de compostos orgânicos, de estrume”, afirmou.

Os dois sócios já passaram por países como a Austrália, Alemanha, Estados Unidos, França e Espanha, onde adquiriram conhecimentos que agora aplicam em Portugal. Tendo em conta que a exportação já é uma realidade para o “Saroto”, um dos próximos desafios será dar vida a mais vinhas na localidade.

Os jovens enólogos transmontanos renderam-se à pacatez do interior onde produzem os tradicionais palhetes do planalto mirandês. 

Escrito por Brigantia
Jornalista: Carina Alves

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