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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

Portugueses de Valor 2020 - Nomeada Julieta Alves

Julieta dos Anjos Alves nasceu a 13 de Maio de 1953 na aldeia de Pinela, concelho de Bragança. Recorda-se bem, e com saudade, da sua infância.



“Não éramos ricos, mas tínhamos um bocadinho de tudo. Tenho imagens de brincar, de andar sempre na rua, não era como nas grandes cidades. Foi uma infância de participar um pouco em tudo o que se passava na aldeia. Fazíamos jogos na rua, brincava com vizinhos”, lembra. Completou a quarta classe e começou a trabalhar em Bragança, tomando conta de uma criança e posteriormente de uma pessoa idosa. 

Apenas regressou a casa na altura em que a mãe tivera mais um filho, ajudando nessa missão, mas começando também a trabalhar na plantação de lúpulo. Actividade que durou até aos 17 anos, altura em que, como tantas outras raparigas de Pinela, saiu da aldeia para emigrar para França. Aproveitou o dia de festa na aldeia, em pleno mês de Agosto, para que ninguém desconfiasse, para fugir para território francês. Em França, trabalhou como empregada de casa, indo ao longo do tempo melhorando as suas condições de trabalho sempre que mudava de local de emprego. Em determinada altura, o marido ficou sem trabalho e decidiram abrir uma empresa de limpeza, área que o marido tinha formação. “Aprendeu a trabalhar com produtos de limpeza profissionais. Começamos em 1983, e nunca fizemos publicidade, foi um trabalho porta a porta”. 
Anos mais tarde, a família decide regressar a Portugal, à sua terra natal: Pinela. Foi nesta altura que Julieta Alves investiu na sua paixão pelo barro. Não trabalhava no barro mas, na sua meninice e juventude, acompanhava vizinhos e familiares na arte da olaria, observava com interesse e conta que o barro sempre fez parte da sua essência. Por isso, quando regressou à terra, já mulher madura, decidiu recuperar aquela arte entretanto perdida. Diz que trabalha por amor e com paixão, pelo barro. 
Hoje, é a única artesã que faz louça de Pinela. Ao longo da sua vida, deu valor à família, trabalho e saúde. “A partir daí, o resto vem tudo por acréscimo”.

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