Apenas regressou a casa na altura em que a mãe tivera mais um filho, ajudando nessa missão, mas começando também a trabalhar na plantação de lúpulo. Actividade que durou até aos 17 anos, altura em que, como tantas outras raparigas de Pinela, saiu da aldeia para emigrar para França. Aproveitou o dia de festa na aldeia, em pleno mês de Agosto, para que ninguém desconfiasse, para fugir para território francês. Em França, trabalhou como empregada de casa, indo ao longo do tempo melhorando as suas condições de trabalho sempre que mudava de local de emprego. Em determinada altura, o marido ficou sem trabalho e decidiram abrir uma empresa de limpeza, área que o marido tinha formação. “Aprendeu a trabalhar com produtos de limpeza profissionais. Começamos em 1983, e nunca fizemos publicidade, foi um trabalho porta a porta”.
Anos mais tarde, a família decide regressar a Portugal, à sua terra natal: Pinela. Foi nesta altura que Julieta Alves investiu na sua paixão pelo barro. Não trabalhava no barro mas, na sua meninice e juventude, acompanhava vizinhos e familiares na arte da olaria, observava com interesse e conta que o barro sempre fez parte da sua essência. Por isso, quando regressou à terra, já mulher madura, decidiu recuperar aquela arte entretanto perdida. Diz que trabalha por amor e com paixão, pelo barro.
Hoje, é a única artesã que faz louça de Pinela. Ao longo da sua vida, deu valor à família, trabalho e saúde. “A partir daí, o resto vem tudo por acréscimo”.
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