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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

segunda-feira, 9 de agosto de 2021

O REGRESSO DA INSÓNIA

Por: Maria da Conceição Marques
(colaboradora do "Memórias...e outras coisas...")

Aninha-se comigo na almofada, triste e calada, nem se mexe. 
As palavras engasgam-se em mistérios que rasgam sulcos na língua. 
As metáforas velhas, morrem na culpa, cravadas como garras no coração.
A mente esmaga-se num torvelinho de pensamentos. Oiço o estalar de açoites, já não sei se é loucura se é apenas infâmia. Escuto guizos rubros de insanidade, o céu ilumina-se e a insónia afunda-se comigo nos lençóis. 
Na noite plácida e divina os abutres sobrevoam os penedos. O vento bate na vidraça da janela. Os cães ladram de raiva, medo ou frustração. 
A raiva cresce e verte-se em laivos de espuma venenosa.
Quem sabe, um dia a frustração morre e ofereça lágrimas e falsidades atadas com laços azuis.
A alma descansa num descampado de flores.
Tudo terminou.
Depois…chora o remorso de mão dada, com o arrependimento. Caminhando lado a lado. Falsos desvelos e amores, numa vida repleta de pecado.

Maria da Conceição Marques
, natural e residente em Bragança.
Desde cedo comecei a escrever, mas o lugar de esposa e mãe ocupou a minha vida.
Os meus manuscritos ao longo de muitos anos, foram-se perdendo no tempo, entre várias circunstâncias da vida e algumas mudanças de habitação.

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