terça-feira, 26 de outubro de 2021

Empresas brigantinas obrigadas a arranjar soluções para suportar preço dos combustíveis

 O aumento do preço dos combustíveis começa a ser insuportável para algumas empresas brigantinas
Para suportar os custos, os empresários estão arranjar soluções para equilibrar as finanças.

Em Bragança, a transportadora MRW percorre o distrito e faz em média 300 Kms diários. No final do mês a empresa gasta perto de 5 mil litros de combustível, que a preços “insuportáveis”, levam a pensar em formas a minimizar os custos. A solução passa por reduzir os kms que são feitos, com a colocação de postos de entrega em cada concelho.

“Já estamos a pensar pôr points em certos e determinados sítios do distrito que é para evitarmos que sejamos nós a deslocarmo-nos às localidades e fazer com que o cliente se dirija a esse point”, explicou o proprietário, Bruno Rodrigues.

Mensalmente são mais 800 euros em combustível. Reduzindo a quilometragem, as contas da empresa podem melhorar, mas pode trazer graves consequências para os clientes, já que grande parte dos produtos que a MRW transporta são medicamentos.

“Temos centenas e centenas de envios de produtos para pessoas que têm problemas oncológicos e por norma onde nós vamos é nas zonas mais extremas do nosso distrito, aldeias que ficam mesmo muito longe dos concelhos”, referiu Bruno Rodrigues.

Adelaide Duarte está na mesma situação. É taxista em Bragança e já notou uma diferença de mais 40 euros por depósito. A empresária queixa-se do aumento do preço dos combustíveis, uma vez que continua a cobrar o mesmo aos clientes.

“A nós motoristas que passamos o dia para trás e para a frente, tem-nos afectado muito. É preciso ver que há cinco ou seis meses pagávamos um depósito de gasóleo por 70 euros e hoje o mesmo depósito custa 110 euros. São 200 e tal euros por mês de gasóleo”, frisou Adelaide Duarte.

A taxista considera que alguma coisa tem que ser feita e promete aderir à manifestação da Associação Nacional dos Transportes Rodoviários em Automóveis Ligeiros.

Com o aumento dos combustíveis, também o preço dos bens aumentam. Elizabete Ferreira é proprietária da padaria ‘Pão de Gimonde’ e já nota diferenças no custo da farinha.

“O impacto é em toda a cadeia de valores. Nós produzimos o pão, mas antes vem a farinha. Os cereais no seu todo aumentaram 41%”, disse.

A empresária entende que o Governo deveria discriminar positivamente as empresas instaladas no Interior, já que têm gastos superiores.

“Nós estamos no interior e vamos para o litoral. Quem está em proximidade é muito mais fácil, tem muito menos custos de transporte. Nós vendemos para um mercado maior onde estão mais pessoas, mas nós estamos mais longe desse mercado, portanto temos mais custos, mas temos que vender ao mesmo preço que os outros. como é que conseguimos equilibrar isto?”.

Prevê-se que esta semana o preço do gasóleo aumente, passando a custar mais meio cêntimo por litro, já o preço da gasolina não deverá sofrer alterações.

Escrito por Brigantia
Jornalista: Ângela Pais

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