quinta-feira, 28 de outubro de 2021

Ernesto Rodrigues: «Sê todo em cada coisa. Põe quanto és / No mínimo que fazes.»

 Ernesto Rodrigues é um autor dos sete instrumentos: ficção, poesia, teatro.
Desde os anos 70 do século XX que vem construindo uma obra com um estilo muito próprio. 
Em 2021, publicou um romance (A Terceira Margem) e uma antologia das suas peças de teatro.
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O que é para si a felicidade absoluta?
A serenidade junto dos meus – família e amigos –, atento aos ruídos do mundo.

Qual considera ser o seu maior feito?
Pacificar-me.

Qual a sua maior extravagância?
Um casamento falhado.

Que palavra ou frase mais utiliza?
Calma.

Qual o traço principal do seu carácter?
Integridade.

O seu pior defeito?
Credulidade.

Qual a sua maior mágoa?
Ver morrer um irmão.

Qual o seu maior sonho?
Deixar, na memória de alguns, um verso, frase, personagem ou obra conseguida.

Qual o dia mais feliz da sua vida?
17 de Junho de 1956.

Qual a sua máxima preferida?
«Sabes o que eu chamo ser bom: ser de uma bondade perfeita, absoluta, tal que nenhuma violência ou imposição nos possa forçar a ser maus.» Séneca, a Lucílio.

Onde (e como) gostaria de viver?
Em Roma, gozando a reforma.

Qual a sua cor preferida?
Verde.

Qual a sua flor preferida?
Amor-perfeito.

O animal que mais simpatia lhe merece?
Cavalo.

Que compositores prefere?
Bach, Mozart, Beethoven, Schubert, Duke Ellington, John Coltrane.

Pintores de eleição?
Piero della Francesca, Mantegna, Bosch, Leonardo, Bruegel (o Velho), Cézanne.

Quais são os seus escritores favoritos?
Cervantes, Vieira, Flaubert, Camilo, Eça, Kafka, Céline, Borges, Márai Sándor, Miguéis, Buzzati.

Quais os poetas da sua eleição?
Camões, Baudelaire, Pessoa, Drummond de Andrade, József Attila, Jorge de Sena.

O que mais aprecia nos seus amigos?
Lealdade.

Quais são os seus heróis?
Meus pais, Aristides de Sousa Mendes e quantos, sem segundas intenções, se dedicam aos outros.

Quais são os seus heróis predilectos na ficção?
Calisto Elói, em A Queda Dum Anjo, e os sujeitos que se contam em Peregrinação, de Fernão Mendes Pinto, Fastigínia, de Tomé Pinheiro da Veiga, e Uma Solidão Demasiado Ruidosa, de Bohumil Hrabal.

Qual a sua personagem histórica favorita?
Marco Aurélio.

E qual é a sua personagem favorita na vida real?
Teresa Martins Marques.

Que qualidade(s) mais aprecia num homem?
Inteligência multiforme.

E numa mulher?
Inteligência multiforme.

Que dom da natureza gostaria de possuir?
Harmonia.

Qual é para si a maior virtude?
Solidariedade.

Como gostaria de morrer?
Serenamente, ouvindo “Nessun dorma”, do Turandot de Puccini.

Se pudesse escolher como regressar, quem gostaria de ser?
Eu mesmo.

Qual é o seu lema de vida?
«Sê todo em cada coisa. Põe quanto és / No mínimo que fazes.»
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Ernesto Rodrigues na “Novos Livros” | Entrevistas

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