Esta é uma exposição colectiva, de 26 artistas, entre os quais professores do Instituto Politécnico de Bragança.
António Santos, um dos organizadores e artista, revela que se quer estabelecer o contacto humano. “Temos muitas linguagens, que vão estabelecendo contacto, não apenas entre si, mas, e sobretudo, com os visitantes. Estes rostos podem e devem ser uma ligação com os visitantes naquilo que nos tem impedido de comunicar tão eficazmente, como antes o fazíamos, sem máscaras”.
A exposição conta com três trabalhos deste artista. São peças que tentam expressar a realidade do rosto. “Desenvolvi uns trabalhos em carvão sobre cola branca, que adquirem uma configuração algo semelhante à pele. O rosto não é apresentado na sua beleza. É na sua realidade porque temos as nossas rugas, da nossa experiência. Isso é bom, mostra que temos vida”.
Filipe Rodrigues, natural de Vila Nova de Gaia, tem, há dois anos um atelier em Macedo de Cavaleiros. O artista e professor no IPB, vinca a importância da retoma deste tipo de mostras. “é uma das primeiras exposições em que podemos estar todos juntos, depois de um período de quase dois anos, em que tudo parou. A cultura sofreu um grande abalo. É importante, por isso, retomar e, ainda que tenha sido um convite quase instantâneo, todos dissemos que sim”.
Este artista também contribuiu com três obras para a exposição. O tema não é desconhecido para Filipe Rodrigues. “Já pinto rostos de pessoas que me estão próximas, portanto não foi nada um desafio estranho. Estas obras têm a ver com um trabalho que desenvolvi durante o doutoramento. O objectivo é representar aquele instante em que vai acontecer alguma coisa mas não sabemos bem o quê”.
Fernanda Silva, vereadora da câmara de Bragança, reportou-se à mostra como plenamente harmoniosa. “Esta exposição é fabulosa. É um bocadinho provocatória porque podia parecer que esta multiplicidade de artistas e de múltiplos olhares sobre a multidão, podia dar aqui alguma anarquia, mas quando chegamos vemos muita harmonia”.
A exposição “Rostos da Multidão” pode ser visitada, no Centro Cultural Municipal, até ao dia 20 de Novembro.
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