Depois de publicar há dois anos “Contos sem Amarras”, uma compilação de 10 contos que marcaram a vida do autor, chegou agora a vez de publicar um romance, que serve de continuação um dos contos da primeira obra, e narra a vida de um português que emigrou para França, desvenda o autor:
“Trata-se de um jovem de 19 anos em vias de entrar na universidade, mas com manifesta vontade de conhecer o mundo e se libertar da ditadura. Para poder respirar liberdade passa a fronteira de Vilar Formoso, clandestinamente, e chega a Paris. Vai para a Normandia, mas como a vila se tornava pequena, achou por bem regressar a Paris, desbravar caminho.
O livro conta a história desse jovem em França, com uma vida paralela de autoexilado, que teve de trabalhar para sobreviver, onde não conhecia ninguém e acaba por passar quatro ou cinco anos da sua juventude, com muitas peripécias e vicissitudes, aventuras, relacionamentos, amores e desamores, paixões, traições e ilusões.
Integra-se muito bem na sociedade francesa e no livro descrevo várias situações de emigrantes.”
Histórias em que muitos emigrantes se reveem, inspiradas na vida do próprio escritor:
“Aos 19 anos fiz o percurso do Pepe, personagem principal do livro.
Passei a fronteira a salto, emigrei mas sempre com um espírito distinto da maioria dos emigrantes.
Há no livro partes verídicas que me dizem diretamente respeito, outras são ficcionadas, embora sempre assentes em verdades. Muitas das histórias são vivências que eu assisti.
Falo, por exemplo, no modo de viver de alguns emigrantes, muito precárias, em barracas, em condições miseráveis, sem água potável, saneamento ou aquecimento.
Recebi uma chamada de uma pessoa que viveu muitos anos em Paris e na Normandia anteriormente, e gostou imenso do livro, reviu-se naquelas histórias.”
Ambos os livros do autor tiveram a primeira apresentação pública na aldeia de Lagoa:
“Aproveitei que estou de férias em Lagoa, também a presença dos emigrantes e dos meus amigos, e fiz uma pré-apresentação.
A apresentação oficial será em Gondomar, com outra logística, embora aqui em Lagoa tenha sido uma surpresa porque o presidente da junta e o da câmara, que é meu amigo pessoal, proporcionaram uma receção muito bonita, com uma organização impecável, que pouco fica a dever às apresentações oficiais nas grandes cidades.
As pessoas também aderiram em massa, o salão estava cheio.”
Fintou o Destino, o mais recente livro do escritor José da Cunha, vai estar nas feiras do livro de Lisboa e do Porto.
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