Casal de abutre-preto na ZPE "Douro Internacional e Vale do Águeda"/PNDI. Fotografia Palombar. |
A equipa da Palombar confirmou a ocupação dos dois ninhos e observou o transporte de material para estes e o arranjo das estruturas por parte dos casais de abutre-preto. Nos próximos dias, estima-se que, muito provavelmente, ocorra a postura do único ovo que a fêmea de cada casal põe por ano reprodutor. De formar a evitar qualquer perturbação aos casais reprodutores, a monitorização foi realizada a cerca de 1600 m de distância, com recurso a material ótico.
Os trabalhos de prospeção e monitorização têm como objetivo analisar as movimentações e o sucesso reprodutor desta espécie de abutre que é a maior da Europa e está ameaçada de extinção, bem como detetar eventuais novos casais que se possam ter estabelecido na área do PNDI. Adicionalmente, irá permitir, a médio prazo, monitorizar as tendências populacionais deste núcleo reprodutor e outros parâmetros demográficos como a produtividade e a mortalidade e, mais amplamente, avaliar o impacto das ações do projeto nas espécies-alvo.
Ninho de abutre-preto. Fotografia Palombar.
Além dos dois casais de abutre-preto registados, também foram observadas mais de 20 gralhas-de-bico-vermelho (Pyrrhocorax pyrrhocorax) e o primeiro britango (Neophron percnopterus) deste ano, recém chegado das suas zonas de invernada, situadas entre o sul do Mali e da Mauritânia e o Senegal, no continente africano.
Os técnicos de conservação da natureza e monitorização da biodiversidade da Palombar continuarão, nas próximas semanas, a monitorizar novas áreas onde o abutre-preto possa estar a nidificar e, desta forma, aumentar o conhecimento sobre os indivíduos reprodutores da espécie que existem nesta área protegida.
Sobre o projeto
O projeto "LIFE Aegypius return - consolidação e expansão da população de abutre-preto em Portugal e no oeste de Espanha", financiado pelo Programa LIFE da União Europeia e que arrancou em setembro de 2022, tem como objetivos principais aumentar a população de abutre-preto e melhorar o seu estado de conservação e estatuto de ameaça em Portugal. Tem cofinanciamento da Viridia – Conservation in Action e da MAVA – Foundation pour la Nature.
O “LIFE Aegypius return” é desenvolvido por um consórcio que integra a Vulture Conservation Foundation (VCF) - organização coordenadora do projeto -, Palombar - Conservação da Natureza e do Património Rural, Herdade da Contenda, Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA), Liga para a Proteção da Natureza (LPN), Associação Transumância e Natureza (ATNatureza), Fundación Naturaleza y Hombre, Guarda Nacional Republicana (GNR) e Associação Nacional de Proprietários Rurais, Gestão Cinegética e Biodiversidade (ANPR).
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