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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

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COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira..
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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

Morte, Diabo e Censura voltaram a sair à rua em Bragança para cumprir mais uma tradição transmontana

 A Morte, o Diabo e a Censura voltaram, ontem, a sair à rua, em Bragança


Esta é uma tradição muito antiga, que se cumpre, anualmente, na quarta-feira de cinzas. Esteve perdida durante alguns anos, mas em 2012 foi recuperada.

As personagens percorriam o centro histórico da cidade castigando as pessoas, sobretudo as mulheres.

António Fonseca, de 62 anos, participava nesta tradição e agora, que se recuperou, continua a sair à rua para não deixar morrer esta identidade.

“Antes era horrível, entrávamos pelas janelas, pelos telhados, enfiavam-se debaixo da cama e nós tirávamo-las, estragávamos as coisas, as fechadoras, o telhado. Não podemos deixar morrer a tradição”, contou.

António Ferreira, de 67 anos, também participava e continua a fazer parte da tradição, mas noutros tempos era diferente.

“Tomáramos nós como antigamente. Subíamos aos telhados e às canelas, mas hoje é só para dar cinturadas, é diferente”, disse.  

David Pradinhos, 18 anos, é um dos jovens que poderá garantir que a tradição não morre.

“É importante para as pessoas perceberem que a tradição ainda se mantém e por muito que já esteja esquecida, há pessoas que já nem se lembram do que isto é, é importante mostrar-lhes que a tradição ainda não morreu. As mulheres antigamente gritavam para a Morte e para a Censura e eles iam atrás delas e o nosso trabalho é manter a tradição”, referiu.

António Tiza é presidente da Academia Ibérica da Máscara e do Traje, através da qual a tradição voltou a cumprir-se. A saída destes personagens remonta a tempos, possivelmente, medievais.

“Há um documento do século XIX que fala nisso. Pelas suas características não temos dúvida de que é um ritual de origem medieval, porque se trata de castigar as pessoa que tinham praticado excessos nos dias anteriores do entrudo, era destinado a lembrar-lhes que era preciso fazer penitencia e era preciso dar início a uma nova vida, mais regrada, mais condizente com a doutrina da igreja”, explicou.

A Morte, o Diabo e a Censura saíram ontem à rua. Aos mais velhos, de outros tempos, juntaram-se alguns jovens alunos de escolas de Bragança.

A iniciativa é organizada pela junta de freguesia e a câmara municipal.

Escrito por Brigantia
Jornalista: Carina Alves

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