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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quarta-feira, 1 de março de 2023

CONTAS

 Amigos, acho que me vou meter numa camisa de onze varas, mas quê?, morde-me o corpo, como diz a minha boa gente trasmontana. O caso é que me está a apetecer uma experiência diferente: nada mais nada menos do que ir escrevendo um livro, tendo os Amigos por testemunhas. Eu explico melhor: vou colocar aqui, no meu mural, com a regularidade que me for possível, as páginas de um livro de que já tenho uma boa parte escrito e que quero agora concluir. 
E que livro? É um discorrer desenfadado sobre os contos populares (as gentes trasmontanas dizem ‘contas’) com que se entretinham as pessoas no tempo em que não era a televisão que mandava nos nossos serões. Ouvi muitos deles e li outros tantos na obra de alguns estudiosos, e, como são quase todos divertidos, vou reproduzi-los numa espécie de antologia. Reproduzi-los e comentá-los até onde me chegar a sabença. 
E vou fazer isso como se se tratasse de um daqueles folhetins que os jornais publicavam geralmente em rodapé da página de entretenimento.
Não sei no que me vou meter. No séc. XIX, o folhetim era popularíssimo e alguns dos maiores escritores portugueses — Camilo Castelo Branco, a dupla Eça de Queirós/Ramalho Ortigão, Júlio Dinis e outros — cultivaram o folhetim. 
Perguntarão os Amigos: E depois destes passarões ainda se atreve a fazer um folhetim? 
Confesso que estou cheio de medo. Mas está decidido: irei até onde puder. Se a certa altura vir que não posso mais, arreio. Valeu?
Ah, e a criatura vai chamar-se “Viagens na terra das contas”.

A. M. Pires Cabral

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