“Nós temos de dar um acesso [aos cuidados de saúde] igual para todas as pessoas e, por isso, temos de apostar, não somente em infraestruturas, mas também em recursos humanos, nomeadamente médicos. E aqui, o ministro da Saúde e o diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS) têm que ter um papel diferente”, disse.
O bastonário da OM, que falava à agência Lusa à margem da cerimónia de receção dos 12 novos médicos internos que vão estar nos próximos tempos ao serviço na Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano (ULSNA), sublinhou que já alertou a tutela para esta matéria, defendendo que têm de ser implementadas medidas de “discriminação positiva" para os territórios do interior.
“A OM apresentou [ao ministério] uma preocupação muito grande, precisamente sobre a cobertura em termos dos cuidados de saúde dos locais mais do interior. Portalegre é um dos exemplos, Évora também foi referida, o Algarve, Castelo Branco, Bragança e Guarda, foram fundamentalmente referidos [como regiões] onde tem de haver uma discriminação positiva”, disse.
Para Carlos Cortes, as políticas de discriminação positiva têm de passar por dar condições aos médicos para poderem desenvolver as suas carreiras no interior, uma vez que estes profissionais “estão muito preocupados” com a carreira que vão ter no seu futuro.
Além desse fator, Carlos Cortes destacou que os aspetos remuneratórios são outro dos aspetos que têm de ser revistos: “São obviamente relevantes porque as pessoas vêm para [o interior] e não vêm para cá sozinhas, vêm com as suas famílias, portanto têm de ter aqui condições para poderem dar essa resposta às suas famílias”, disse, defendendo uma “diferenciação positiva” para os profissionais que escolhem trabalhar no interior.
O bastonário da OM acrescentou ainda que o ministro da Saúde ficou de “dar uma resposta” sobre estes problemas que afetam estes profissionais de saúde.
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