Jorge Figueiredo, de 56 anos, um dos cinco arguidos do caso batizado pelas autoridades policiais de “semente em pó”, perdeu a vida, ao início da tarde, desta quinta-feira, quando se encontrava na sala de convívio do estabelecimento prisional de Bragança, confirmou fonte ligada à cadeia brigantina.
Ao que conseguimos apurar junto de fonte hospitalar, tudo aponta para que tenha sido vítima de um ataque cardíaco fulminante, mas é necessário aguardar pelo resultado da autópsia.
Uma equipa do INEM foi acionada para o estabelecimento prisional, mas, apesar das várias tentativas de reanimação já não foi possível reverter a situação e o óbito acabou por ser confirmado no local. O corpo foi transportado para a delegação do Instituto de Medicina Legal, no hospital de Bragança, onde será sujeito à realização de uma autópsia.
Jorge Figueiredo estava em prisão preventiva, desde junho de 2022, medida de coação aplicada pelo juiz de instrução criminal depois de ter sido um dos seis detidos na operação coordenada pelo Núcleo de Investigação Criminal da GNR de Mirandela, por suspeita de pertencerem a uma rede que se dedicava ao tráfico de estupefacientes, com epicentro em Mirandela, que operava em vários concelhos da região Norte.
O início do julgamento já esteve agendado para o dia 27 de março, e posteriormente para 29 do mesmo mês, mas acabou por ser adiado devido à greve dos oficiais de justiça, estando agora marcada a primeira sessão para o dia 29 de maio e a segunda sessão dois dias depois.
Os arguidos estão acusados pelo Ministério Público (MP) dos crimes de tráfico de estupefacientes e detenção de arma proibida. Três continuam em prisão preventiva há 11 meses: Sandra Pinto, a mulher do falecido Jorge Figueiredo, de 44 anos, técnica superior na câmara de Mirandela. Amílcar Teixeira, de 54 anos, também de Mirandela, e Vítor Soares (Vitó), de 33 anos, de Vila Nova de Gaia, marido de Sónia Jesus que participou no reality show da TVI (big brother).
O MP deduziu ainda acusação contra Júlio Carvalho, de 53 anos, residente em Boticas, que também tinha sido detido mas aguarda julgamento em liberdade.
Apenas o irmão de Amílcar Teixeira, também detido na operação, não vai a julgamento.
O MP arrolou cerca de 80 testemunhas.
Segundo a acusação, assente na investigação que decorria há cerca de dois anos, os arguidos dedicavam-se à venda de estupefacientes nos concelhos de Mirandela, Chaves, Valpaços, Vila Nova de Gaia e Boticas, em que parte do produto era adquirido nos distritos do Porto e Vila Real e posteriormente tratado, acondicionado e enterrado em locais ermos do concelho de Mirandela para ser revendido a consumidores.
Paralelamente a essa atividade, o grupo cultivava plantas de canábis, aproveitando locais em que a vegetação não permitia detetar a presença das mesmas, procedendo à sua secagem e embalamento em armazéns, no concelho de Mirandela, para posteriormente a vender aos consumidores.
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