Esta deve ser uma fotografia dos anos 40 do século passado. Descobri-a numa gaveta onde se guardam coisas avulsas, algumas anódinas, outras capazes de nos enternecer. Esta está no segundo caso: enternece.
Mas situemo-nos. O cenário da fotografia é o largo fronteiro aos Paços do Concelho de Macedo de Cavaleiros. Como se vê, não estava ainda ajardinado, era um espaço amplo, onde se encontram três pessoas e um cão (um doce a quem descobrir o cão). Dessas três pessoas, a que está mais afastada não faço ideia de quem seja. Mas os outros dois, em plano mais aproximado, estão mais do que identificados. A figura da esquerda era um médico muito conceituado em Macedo, de apelido Miranda. A figura da direita era o meu Pai, farmacêutico. A medicina e a farmácia lado a lado, como lhes compete.
Reparem na gravata do meu Pai. O meu Pai usou toda a vida gravata preta, andasse que não andasse de luto: era uma das suas imagens de marca. Outra imagem de marca era trazer sempre num bolso do casaco rebuçados de boa qualidade, que ao longo do dia ia dando à petizada com que se cruzava. Miúdos havia que se faziam encontrados com ele só para abichar mais um rebuçado. Ainda há em Macedo muita gente que se lembra disso, e que disso tenha beneficiado. E é aqui, nesta evocação meio comovida do meu Pai, que entra a ternura de que falei acima.
Finalmente, a época do ano. Não será arriscado acreditar que seja em pleno Inverno e num dia de nevão. E que nevão! Dir-se-ia que está tudo coberto por um álgido lençol branco. Há quanto tempo não temos um nevão assim? O tempo está virado, ou não? Vejam-me só aquele bloco de gelo. Até parece uma daquelas massas de gelo polar que vemos na televisão a desprender-se e cair ao mar — o que aliás é um péssimo sinal para tantas cidades ribeirinhas espalhadas pelo mundo.
Mas isso sabem os meus Amigos melhor do que eu. Mas não será pior que ao deitar, enquanto o sono não chega, meditem um pouco na catástrofe que está prometida à humanidade por via do temido aquecimento global.
Mas situemo-nos. O cenário da fotografia é o largo fronteiro aos Paços do Concelho de Macedo de Cavaleiros. Como se vê, não estava ainda ajardinado, era um espaço amplo, onde se encontram três pessoas e um cão (um doce a quem descobrir o cão). Dessas três pessoas, a que está mais afastada não faço ideia de quem seja. Mas os outros dois, em plano mais aproximado, estão mais do que identificados. A figura da esquerda era um médico muito conceituado em Macedo, de apelido Miranda. A figura da direita era o meu Pai, farmacêutico. A medicina e a farmácia lado a lado, como lhes compete.
Reparem na gravata do meu Pai. O meu Pai usou toda a vida gravata preta, andasse que não andasse de luto: era uma das suas imagens de marca. Outra imagem de marca era trazer sempre num bolso do casaco rebuçados de boa qualidade, que ao longo do dia ia dando à petizada com que se cruzava. Miúdos havia que se faziam encontrados com ele só para abichar mais um rebuçado. Ainda há em Macedo muita gente que se lembra disso, e que disso tenha beneficiado. E é aqui, nesta evocação meio comovida do meu Pai, que entra a ternura de que falei acima.
Finalmente, a época do ano. Não será arriscado acreditar que seja em pleno Inverno e num dia de nevão. E que nevão! Dir-se-ia que está tudo coberto por um álgido lençol branco. Há quanto tempo não temos um nevão assim? O tempo está virado, ou não? Vejam-me só aquele bloco de gelo. Até parece uma daquelas massas de gelo polar que vemos na televisão a desprender-se e cair ao mar — o que aliás é um péssimo sinal para tantas cidades ribeirinhas espalhadas pelo mundo.
Mas isso sabem os meus Amigos melhor do que eu. Mas não será pior que ao deitar, enquanto o sono não chega, meditem um pouco na catástrofe que está prometida à humanidade por via do temido aquecimento global.
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