Situada nos limites da aldeia de Formil, congrega as comunidades de Gostei, Castanheira e Formil. Muito antiga, as referências arqueológicas recuam ao imperador romano Cláudio (41-54 dC) e à Via XVII que ligava Braga a Astorga e incluía a atual estrada 518.
Na parede da nave da Igreja está afixada lápide granítica, encontrada no altar-mor em 1882, com a inscrição «T I. C L A V D I O/C A E S A R I/A V G G E R M A/N I C O. I M P.», assumida pelo povo como pertença ao túmulo de São Cláudio. Justificada documentalmente desde o século XII, a Igreja atual data dos séculos XVII/XVIII. Com adro murado voltado para estrada, a traça arquitetónica está em linha com muitas do concelho: longitudinal e de nave única; altar-mor orientado a Nascente; rústica e aparelhamento em granito com pináculos a encimar os cunhais; frontispício de portal simples e empena truncada; campanário com vãos para as sineiras, sobrepujado por cruz latina.
O espaço interior contém coro-alto, batistério, púlpito e três altares. O coro-alto de madeira, na área fundeira, tem grade balaustrada e escadas de acesso adossadas à parede do lado da epístola. No lado do evangelho, o compartimento do batistério, com pia em granito de boca oval sobre pedestal, abre-se em arco de vão alteado. O púlpito, com acesso pela sacristia a partir da capela-mor, tem guarda balaustrada a castanho e estrado de granito sobre pirâmide escalonada invertida, assente em mísula. Relativamente aos altares, de um só eixo, são do barroco joanino em talha dourada, com os retábulos definidos por pilastras e colunas salomónicas de capitel coríntio, com mesa paralelepipédica emoldurada. A nave divide-se da capela-mor por arco triunfal achatado, assente em pilares toscanos de granito. Adossados em esquina à parede do arco triunfal estão os altares colaterais de Nossa Senhora da Conceição e do Divino Senhor, no lado do evangelho e da epístola, respectivamente.
De características similares, as colunas que enquadram os retábulos são decoradas com guirlandas de uvas e folhas e fénices. O nicho, que acolhe a imagem sobre peanha, é enquadrado por pilastras decoradas com fénices e motivos vegetalistas. Superiormente, o ático é percorrido por arquivolta salomónica que prolonga as colunas. Mais amplo, o altar-mor acrescenta «puti» (meninos nus) à decoração retabular. Apresenta tribuna central com trono expositivo destinado ao orago São Cláudio, em arco de volta perfeita, definido por uma pilastra e uma coluna salomónica de cada lado. Orago único existente em templos do concelho, a elaborada imagem tem vestes sacerdotais, a palma do martírio na mão direita, enquanto na esquerda segura livro aberto com a frase em Latim «Abençoado o Homem que Teme o Senhor». O enquadramento exterior do retábulo é feito por três pilastras de cada lado, que evoluem em arquivoltas, a partir da cornija, formando o ático. A aduela cimeira desenha dossel em festão inserindo «putto». Sobre a mesa de altar assenta o sacrário, com Cruz na porta entrelaçada por videiras e coberto por dossel festivo amparado por putti. Coroa-o um pequeno Crucifixo.
A Festa decorre no Domingo seguinte à de Nossa Senhora da Serra (Rebordãos), sendo a procissão composta pelos andores das Nossas Senhoras de Fátima (Formil), do Bom Despacho (Gostei), do Rosário (Castanheira) e o de São Cláudio, precedidos do celebrante com relíquias do Orago. O cortejo contorna o cruzeiro, que consta na heráldica da freguesia, onde se diz que o Santo foi degolado e a cabeça rolou até ao local onde se edificou a Igreja.
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