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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 8 de dezembro de 2023

IGREJA DE SÃO CLÁUDIO, FREGUESIA DE GOSTEI - Modelo de Comunidade Pastoral!

Situada nos limites da aldeia de Formil, congrega as comunidades de Gostei, Castanheira e Formil. Muito antiga, as referências arqueológicas recuam ao imperador romano Cláudio (41-54 dC) e à Via XVII que ligava Braga a Astorga e incluía a atual estrada 518.



Na parede da nave da Igreja está afixada lápide granítica, encontrada no altar-mor em 1882, com a inscrição «T I. C L A V D I O/C A E S A R I/A V G G E R M A/N I C O. I M P.», assumida pelo povo como pertença ao túmulo de São Cláudio. Justificada documentalmente desde o século XII, a Igreja atual data dos séculos XVII/XVIII. Com adro murado voltado para estrada, a traça arquitetónica está em linha com muitas do concelho: longitudinal e de nave única; altar-mor orientado a Nascente; rústica e aparelhamento em granito com pináculos a encimar os cunhais; frontispício de portal simples e empena truncada; campanário com vãos para as sineiras, sobrepujado por cruz latina.
O espaço interior contém coro-alto, batistério, púlpito e três altares. O coro-alto de madeira, na área fundeira, tem grade balaustrada e escadas de acesso adossadas à parede do lado da epístola. No lado do evangelho, o compartimento do batistério, com pia em granito de boca oval sobre pedestal, abre-se em arco de vão alteado. O púlpito, com acesso pela sacristia a partir da capela-mor, tem guarda balaustrada a castanho e estrado de granito sobre pirâmide escalonada invertida, assente em mísula. Relativamente aos altares, de um só eixo, são do barroco joanino em talha dourada, com os retábulos definidos por pilastras e colunas salomónicas de capitel coríntio, com mesa paralelepipédica emoldurada. A nave divide-se da capela-mor por arco triunfal achatado, assente em pilares toscanos de granito. Adossados em esquina à parede do arco triunfal estão os altares colaterais de Nossa Senhora da Conceição e do Divino Senhor, no lado do evangelho e da epístola, respectivamente.
De características similares, as colunas que enquadram os retábulos são decoradas com guirlandas de uvas e folhas e fénices. O nicho, que acolhe a imagem sobre peanha, é enquadrado por pilastras decoradas com fénices e motivos vegetalistas. Superiormente, o ático é percorrido por arquivolta salomónica que prolonga as colunas. Mais amplo, o altar-mor acrescenta «puti» (meninos nus) à decoração retabular. Apresenta tribuna central com trono expositivo destinado ao orago São Cláudio, em arco de volta perfeita, definido por uma pilastra e uma coluna salomónica de cada lado. Orago único existente em templos do concelho, a elaborada imagem tem vestes sacerdotais, a palma do martírio na mão direita, enquanto na esquerda segura livro aberto com a frase em Latim «Abençoado o Homem que Teme o Senhor». O enquadramento exterior do retábulo é feito por três pilastras de cada lado, que evoluem em arquivoltas, a partir da cornija, formando o ático. A aduela cimeira desenha dossel em festão inserindo «putto». Sobre a mesa de altar assenta o sacrário, com Cruz na porta entrelaçada por videiras e coberto por dossel festivo amparado por putti. Coroa-o um pequeno Crucifixo.
A Festa decorre no Domingo seguinte à de Nossa Senhora da Serra (Rebordãos), sendo a procissão composta pelos andores das Nossas Senhoras de Fátima (Formil), do Bom Despacho (Gostei), do Rosário (Castanheira) e o de São Cláudio, precedidos do celebrante com relíquias do Orago. O cortejo contorna o cruzeiro, que consta na heráldica da freguesia, onde se diz que o Santo foi degolado e a cabeça rolou até ao local onde se edificou a Igreja.

Susana Cipriano e Abílio Lousada

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