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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira..
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 11 de julho de 2024

Criadores de gado não conseguem escoar a lã

 Os criadores de gado estão a passar por um grave problema de armazenamento de lã porque não conseguem escoar o produto.


Este é um problema que tem assolado os criadores da região, um pouco por todo o lado. A preocupação foi manifestada por Basílio Martins, presidente da direção da ANCORCB – Associação Nacional de Criadores de Ovinos de Raça Churra Badana, estando já a tosquia deste ano já terminada, os armazéns ainda ficaram mais cheios com o stock de lã, acumulando o produto de diversos anos:

“Temos aí um problema enorme, em que os criadores têm ficado com a lã sem a conseguir escoar e está a começar a ser um problema porque se formos visitar os criadores na região, eles não têm onde colocar a lã. 

E não podem fazer nada com a lã. Portanto têm as corriças e os armazéns cheios de lã sem saber o que lhe fazer. 

E a direção desta associação está a tentar resolver esta situação.”

O que acontece é que este produto deixou de ter valor no mercado, estando a ser substituído por materiais sintéticos, como lamenta o representante desta raça de ovinos, que se encontra em vias de extinção:

“Neste momento não tem valor. As fibras sintéticas vieram substituir a lã. E neste momento, não há uma fileira que efetue o escoamento da lã. 

Antigamente, tínhamos tudo, os lavadouros, as fiações… Hoje não temos nada disso. Temos que começar do zero, para começar a colocar a fileira da lã a funcionar. E portanto, a lã deixou de ter valor.”

A ANCORCB representa 22 criadores de gado de Macedo de Cavaleiros, Mirandela, Valpaços, Mogadouro, Alfândega da Fé e ainda com cerca de 300 cabeças no Alentejo.

No concelho de Macedo de Cavaleiros tem 1400 exemplares e ainda 450 em Valpaços e 150 em Mirandela. Num total de efetivo de 2340 fêmeas e 78 machos.

Esta raça em vias de extinção é distinta por ser uma ovelha de pequena dimensão, com uma cor de lã, mais escura, rústica e grossa que antigamente se usava sobretudo para fazer tapetes. As ovelhas badanas são de uma elevada capacidade maternal, com um perfilhamento dos filhos também elevado, que se adapta bastante bem à orografia da região e mesmo nos anos mais secos, conseguem sobreviver, mesmo existindo uma fraca disponibilidade alimentícia, com restolho, fiolho, entre outros.

A mesma preocupação é partilhada pelo produtor, Arménio Vaz, com cerca de 400 cabeças de gado, de Avidagos, no concelho de Mirandela, que conta que não tem onde colocar a lã e não sabe o que fazer:

“Esse era um artigo que antigamente era muito valorizado e que antigamente não tem havido escoamento do produto. 

Posso lhe dizer que tenho ali bastante lã armazenada, porque não há quem a recolha. Antigamente, era um produto bastante valorizado, com muitos interessados em adquirir esse produto. 

Nos últimos anos, ninguém procura lã.”

A juntar-se a este problema também se sente a falta de mão de obra no setor, em que já ninguém quer ser pastor, como acrescenta:

“Os nossos criadores aqui do concelho, e a nível nacional, estão cada vez mais envelhecidos e a juventude não quer abraçar esta atividade porque é muito trabalhosa. Isto requer dias santos, feriados, domingos. Todos os dias se tem de tratar dos animais, como por exemplo, a ordenha. 

A mocidade não vê esta atividade muito atrativa, e é como disse, quando esta geração mais antiga deixar de fazer a pastorícia não vai ser fácil.”

A lã é a proteção térmica das ovelhas, mas com o verão à porta, poderá causar perda de peso no animal, provocar doenças ou até mesmo a morte do animal.

Escrito por Rádio Onda Livre
Créditos Fotográficos: ANCORCB – Associação Nacional de Criadores de Ovinos de Raça Churra Badana

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