Tudo isto obrigou muitos criadores a abandonar a actividade ou a desfazer-se do gado. Apesar de agora estar tudo mais estável, os criadores continuam a queixar-se da falta de apoios, por parte do ministério da Agricultura, do preço reduzido a que vendem os cordeiros e até da falta de mão-de-obra. “Tem que se reduzir porque há poucos apoios e não nos aguentamos com tudo. Cada vez está tudo mais caro e os cordeiros, em vez de darem dinheiro, não dão. É melhor criar só para consumo próprio”, disse um dos criadores. “Não compram nada. Não há negócios. Isto está cada vez pior. Querem os cordeiros dados. O preço justo era 70 a 80 euros e as pessoas querem cerca de 40”, disse outro criador.
Declarações de criadores que participaram, este sábado, na Feira do Cordeiro, que aconteceu em Coelhoso, no concelho de Bragança. O director da Associação da Raça Churra Galega Bragança, Jorge Laranjinha, esclareceu que houve muitos criadores a reduzir o efectivo mas já se voltou à normalidade. “Neste momento, temos mantido o efectivo. Começou a crescer há 10 anos e agora estamos a manter. Houve, na fase do covid, e depois com a guerra da Ucrânia, uma redução do efectivo mas, depois, os criadores voltaram a ter o efectivo que tinham antes”.
Esta foi já a décima segunda edição da Feira do Cordeiro. João Matos, presidente da Junta de Freguesia de Coelhoso, assume que o certame é muito mais do que uma festa. “É também uma questão económica e de promoção dos nossos produtos nomeadamente das ovelhas e cordeiro, que é um produto de excelência que queremos promover”.
A feira é apoiada pela câmara municipal de Bragança. O presidente, Paulo Xavier, salienta que há nove certames temáticos no concelho, que ajudam a criar a identidade local. “Esta feira temática tem uma importância grande, promove as raças autóctones e dá a conhecer os produtos da terra e o grande potencial que eles têm”.
A décima segunda edição da Feira do Cordeiro decorreu no sábado, em Coelhoso, contando com o concurso de ovinos da raça churra galega bragançana.
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