8.outubro.1863 – 26.maio.1865
LISBOA, 4.7.1826 – LISBOA, ?
Magistrado administrativo.
Bacharel em Direito pela Universidade de Coimbra.
Governador civil de Bragança (1863-1865 e 1877-1878), Vila Real (1868-1869 e 1870), Aveiro (1869-1870), Évora (1870-1871 e 1880-1881), Faro (1879-1880) e Castelo Branco (1880).
Natural de São Nicolau, Lisboa.
Filho de Joaquim Ferreira da Rosa e Ana Xavier de Mesquita.
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Matriculou-se na Universidade de Coimbra em Matemática e Filosofia a 30 de outubro de 1841, mas no ano seguinte passou para o curso de Direito, que apenas concluiria em outubro de 1856.
Teve um longo percurso na magistratura administrativa, passando por um total de seis distritos de Portugal Continental, do norte ao sul do País – Bragança, Vila Real, Aveiro, Castelo Branco, Évora e Faro –, três deles em duas ocasiões distintas, totalizando assim nove mandatos. Cláudio Mesquita da Rosa foi assim o magistrado que, na vigência dos Governos Civis (1835-2011), maior número de mandatos exerceu entre as quase 1 600 personalidades que assumiram este cargo.
Iniciou este percurso em Bragança, por decreto de 8 de outubro de 1863, tomando posse a 4 de janeiro de 1864 e sendo exonerado a 26 de maio de 1865.
Durante o seu mandato, tanto no concelho de Macedo de Cavaleiros como no de Mirandela, por ocasião das eleições municipais de novembro de 1864, ocorreram distúrbios e violências que tiveram eco na imprensa da época e na Câmara dos Deputados, onde o antigo governador civil de Bragança, Sousa Teles, falou do estado anárquico e de selvajaria em que se encontrava o distrito de Bragança, culpando os Pessanhas por tal facto.
Em 24 de agosto de 1869, foi nomeado para o governo civil de Vila Real, sendo exonerado a 7 de dezembro de 1869 e, no mesmo dia, nomeado para Aveiro. Ali permaneceu até 19 de janeiro de 1870, e por decreto de 2 de setembro do mesmo ano regressou a Vila Real, para um mandato muito breve, já que a 12 de outubro seguinte era exonerado e nomeado para Évora, onde permaneceu até 6 de fevereiro de 1871.
Regressou ao Governo Civil de Bragança por decreto de 28 de julho de 1877, tomando posse a 7 de agosto seguinte, na presença do conselheiro e secretário-geral Henrique José Ferreira Lima, sendo exonerado a 6 de fevereiro de 1878.
No ano seguinte, a 9 de junho, foi nomeado para Faro, exercendo ali funções até 24 de fevereiro de 1880, data em que foi transferido para Castelo Branco, de onde passa, a 6 de julho de 1880, para Évora. Este segundo mandato naquele distrito alentejano prolongou-se até 28 de março de 1881, dia em que terminou o percurso político de Cláudio Mesquita da Rosa.
Foi homenageado com a inscrição do seu nome na toponímia da cidade de Bragança.
Cláudio Mesquita da Rosa suscita ajuda do seu congénere espanhol para a captura de um criminoso português (3.2.1864)
Governo civil da Província de Orense, Salamanca e Zamora
Venho pedir a V. Exa. se digne expedir suas ordens a fim de ser capturado, nos termos dos vigentes tratados internacionais, e caso possa ser descoberto pela polícia desse país, onde é mui verosímil que procure asilo o súbdito português Manuel Pais Padrão, natural de Algoso, concelho de Vimioso, do distrito a meu cargo, o qual acaba de praticar em Lisboa um avultado roubo, constante de 7 800$000 réis em inscrições, 40 peças em ouro de 8$000 réis cada uma, cento e tantas moedas de 5$000 réis e um saco de dinheiro em prata. O criminoso tem 30 anos de idade ou pouco mais, estatura regular, rosto comprido, cor morena, olhos rasgados, barba preta muito espessa e rapada, cabelo cortado à escovinha, traja quinzena e calça de pano preto, e chapéu baixo da mesma cor.
Muito espero do obsequioso empenho com que V. Exa. se digna sempre atender às reclamações deste Governo Civil, o qual veementemente deseja mostrar por seu atos que preza e sustenta com lealdade as mais amigas relações entre estas duas instâncias. Cláudio Mesquita da Rosa
Fonte: Arquivo Distrital de Bragança, Governo Civil de Bragança, correspondência expedida.
Fontes e Bibliografia
Arquivo Distrital de Bragança, documentos vários.
Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Ministério do Reino, Secretaria de Estado dos Negócios do Reino, Livro dos decretos de nomeação e exoneração dos governadores civis do Districto de Bragança.
Arquivo da Universidade de Coimbra, Livro de Matrículas.
ALVES, Francisco Manuel. 2000. Memórias arqueológico-históricas do distrito de Bragança, vol. I e VII. Bragança:
Câmara Municipal de Bragança / Instituto Português de Museus.
CARVALHO, Francisco Augusto Martins de Carvalho. 1910. Algumas horas na minha livraria. Coimbra: Imprensa Académica.
SOUSA, Fernando de. GONÇALVES, Silva. 2002. Os Governadores Civis de Vila Real. Vila Real: Governo Civil do Distrito de Vila Real.
Publicação da C.M. Bragança
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