O novo Centro de Valorização e Melhoramento das Raças Autóctones, localizado na aldeia de Malhadas, em Miranda do Douro, será inaugurado amanhã pelo ministro da Agricultura e Pescas. Trata-se de um investimento de 1,4 milhões de euros, que pretende assegurar a preservação e o melhoramento genético das raças autóctones da região, com especial enfoque na raça churra galega mirandesa.
Helena Barril, presidente da Câmara Municipal de Miranda do Douro, destaca a importância do centro, sublinhando que se trata de “um laboratório para conservação de sémen, para podermos produzir as espécies”. Numa fase inicial, a infraestrutura foi idealizada para pequenos ruminantes, como cabras e ovelhas, mas há planos para alargar o projeto a outras raças.
“O que queremos com isto é o melhoramento genético das raças autóctones do território”, explica a autarca, salientando que o centro “foi idealizado para ajudar a prevenir a extinção” destas espécies. Entre elas, destaca-se a raça churra galega mirandesa, que tem vindo a enfrentar um declínio significativo. “Estamos esperançados que, com este centro, consigamos de alguma forma estagnar o declínio da raça e projetá-la para os lugares que esta raça merece”, sublinha Helena Barril.
A nova unidade funcionará em parceria com o Instituto Politécnico de Bragança (IPB) e a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), garantindo “o pleno funcionamento e a continuidade deste trabalho”. Esta colaboração, segundo Helena Barril, tem também como objetivo “a fixação de jovens que se possam dedicar à investigação” e ao desenvolvimento do setor agropecuário.
Com apenas dois centros deste tipo em todo o país, a infraestrutura de Malhadas representa um passo decisivo na conservação das raças autóctones, num território onde a pastorícia e a pecuária continuam a desempenhar um papel fundamental na economia local.
Sem comentários:
Enviar um comentário