Um familiar do queixoso pôs à venda o veículo naquele site na passada segunda-feira, por 58 000 €. “Às 18:33 horas liga-me este número 935 625 141, a perguntar se a autocaravana estava à venda e se o preço era de 58 000 €. Confirmei que sim. O interlocutor, sem quase me deixar falar, pergunta se está em bom estado. Respondi que sim, que as portas ainda batiam como novas, que os bancos estavam impecáveis dado sempre terem sido usadas capas. O interessado, mostrava que não estava muito interessado nas explicações. Interrompeu-me para dizer que a comprava, que amanhã vinha um transportador a buscá-la. Ele diz-me que pertencia à empresa Évoracar, de Évora, que eu devia conhecer. E, eu, ainda disse: tenho de o informar que as baterias da célula estão “mortas”, ao que ele retorquiu: não importa, nós compramos e vendemos carros e isso não é importante. Eu, dada a minha experiência profissional, já havia lidado com clientes que não discutiam o preço, o que sempre me deixou em alerta. Tenho para mim que quem discute preço quer pagar”, explicou o queixoso que se identificou ao Mensageiro.
A pressa do alegado comprador em fechar o negócio levou o queixoso a desconfiar. “Agora percebi que ainda cometi alguns erros que me podiam ter custado caro. O suposto Pedro, como se identificou, perguntou se eu tinha MB WAY. Perguntei o motivo, ele, com muita segurança, disse ser assim que queria pagar, para que o transportador só precisasse de levantar a autocaravana no dia seguinte. Incrédulo respondi, que já utilizei várias vezes o MB WAY, mas não para receber uma quantia tão alta. Ele insistiu, dizendo que era fácil: bastava abrir a aplicação, inserir número de telemóvel que me forneceu, e colocar na quantia de 200 € que ele multiplicaria. Com quase a certeza de que se tratava de uma vigarice, respondi: está a brincar comigo? Não trato mais nada por telefone. Se quiser comprar a autocaravana, o transportador que traga cheque bancário ou dinheiro”, referiu o visado.
O comprador pediu então o nome, para o cheque e o nº de contribuinte. “Podemos fazer por transferência bancaria. Incautamente, forneci o nome e o número de contribuinte. Agora, disse ele, o seu banco vai ligar-lhe e fazer três perguntas, não ligue às perguntas e responda às 3 apenas com sim a todas. Neste momento entrei em alerta máximo. O telefone tocou, exibindo o número 938 888 889, que agora sei que não era do banco. Do outro lado perguntaram-me se era o Sr. …. . Interrompi o interlocutor, da suposta ligação do banco e perguntei: “Como sei que é funcionário do Santander?” A voz respondeu: “Então o senhor não está a querer fazer uma transferência?” Não respondi. “Então não está a querer pagar 58 000 €?” Respondi: Não, estão é a tentar vigarizar-me. Nesse momento, o suposto funcionário do Banco Santander desligou e desejou-me boa noite”, conta.
O queixoso viu-se obrigado a bloquear as contas no banco. “Em seguida, telefonei para o tal número 935 625 141 e esperava eu, que não atendesse, engano, atendeu. E, confrontei-o: Então meu sacana querias roubar-me? Não conseguiste, as contas já estão bloqueadas. Ele com a maior naturalidade diz-me: pensas que não caíste? Tinhas na conta X (número exato do saldo bancário ao cêntimo) vai ver quanto te tirei. Chamei-lhe uns nomes feios e desliguei”, acrescentou.
No final constatou que não conseguiram sacar dinheiro da conta.
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