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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite, Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues, João Cameira e Rui Rendeiro Sousa.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quarta-feira, 5 de novembro de 2025

O Cavaleiro das Sombras - Capítulo XV – O Recomeço Pleno


 A primavera começava a surgir nas colinas ao redor de Bragança. A neve tinha derretido quase completamente, deixando as ruas limpas e os jardins preparados para florescerem. Pela primeira vez em anos, o ar da cidade estava leve, carregado de esperança e expectativa.

Afonso caminhava pelas ruas recém-reconstruídas, observando. Telhados reparados, janelas restauradas, praças iluminadas pelas primeiras cores da estação. Lídia seguia ao seu lado, tomando nota de pequenas melhorias e ajudando os artesãos a reorganizar os mercados. Baltasar, sempre vigilante, ainda patrulhava os becos, mas o seu semblante agora carregava mais orgulho do que preocupação.

- Nunca imaginei que veria Bragança assim, disse Miguel, olhando para as crianças que corriam entre as fontes restauradas e os pátios limpos. - Parece que a cidade respira de novo.

Na praça central, o povo reunia-se para celebrar a reconstrução física, e a memória que agora carregavam. O Cavaleiro das Sombras, a verdade revelada sobre Dom Martinho e a aliança recém-descoberta com os guardiões da floresta. Bandeiras foram hasteadas, e músicos improvisados enchiam o ar com melodias alegres, enquanto risos preenchiam os becos que antes guardavam ecos de medo.

Afonso subiu ao pelourinho, agora decorado com flores, e ergueu a voz para todos:

- Hoje celebramos a coragem de cada cidadão, a sabedoria de aprender com a história e a força de caminharmos juntos. Bragança renasce, em pedra e em espírito.

Os habitantes responderam com aplausos e gritos de alegria. As crianças correram para abraçar os guardiões que, agora visíveis, caminhavam entre eles, testemunhas vivas de que coexistir com o desconhecido era possível.

Baltasar olhou para o horizonte, onde a floresta se erguia tranquila.

- Aprendemos a ouvir, e isso salvou-nos. Mas também aprendemos que a coragem nunca deve descansar. Que esta cidade continue vigilante e sábia.

Lídia sorriu para Afonso:

- Finalmente, paz e reconstrução. Mas desta vez, consciente e verdadeira.

O sol, tímido no horizonte, iluminou a cidade inteira. As muralhas refletiam a luz dourada, e Bragança festejava o seu passado e o seu futuro simultaneamente. O inverno, os segredos e os fantasmas do passado tinham cedido o lugar à vida, à verdade e à esperança.

E, enquanto o vento percorria as ruas e a floresta, parecia sussurrar uma última promessa. Bragança estaria preparada para qualquer sombra que o tempo ousasse trazer, mas sempre com coragem, inteligência e coração.

A cidade respirava de novo.

Continua...

N.B.: A narrativa e os personagens fazem parte do mundo da ficção. Qualquer semelhança com acontecimentos ou pessoas reais, não passa de mera coincidência.

HM

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