Há uma tristeza profunda que me invade quando vejo partir, um a um, os amigos da minha juventude. Aqueles com quem partilhei risos, sonhos, aventuras e momentos que o tempo não conseguiu apagar. As despedidas são como páginas que se fecham e que deixam no ar o perfume doce e melancólico das memórias.
Não é fácil aceitar que o tempo não poupa ninguém, que as vozes que faziam coro nas canções do Zeca, nas noites longas, as gargalhadas que enchiam o ar e as confidências trocadas em silêncio agora vivem apenas na lembrança. Sinto saudades deles, dos dias em que acreditávamos que tudo era possível e em que o futuro era apenas uma promessa distante.
Mas, ao mesmo tempo, sinto uma alegria serena. Uma felicidade por ter tido o privilégio de os conhecer, de com eles ter partilhado os melhores anos da vida. Fomos companheiros de estrada, cúmplices de sonhos, testemunhas uns dos outros naqueles dias e noites que pareciam não ter hora para acabar. E isso é algo que a morte não pode levar.
Hoje, guardo-os no coração com a ternura de quem sabe que a vida é feita de encontros e despedidas, mas também de eternidades escondidas, na cumplicidade e nas boas recordações.
Alguns já partiram, sim… mas a amizade que nos uniu permanece viva em mim, e é nela que encontro consolo e gratidão.
Na recordação do Marcelino, relembro todos os amigos que já partiram. Abraço até ao Céu,
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