terça-feira, 28 de outubro de 2014

Torre de Moncorvo - Companhia local leva teatro aos lugares mais recônditos

Os lugares mais recônditos do Interior do país, no Norte e Centro, fazem nos últimos seis anos o roteiro do teatro amador «Alma de Ferro», uma pequena companhia com sede em Torre de Moncorvo.

Após duas acções de formação, a pequena companhia depressa se «emancipou» criando a partir do núcleo inicial um grupo que tanto representa peças de autor integradas no Plano Nacional de Leitura como produções próprias ou figurações em diversas iniciativas na sua região de influência.

«Estes últimos anos têm ditado muita aprendizagem, mas continuamos a frequentar todos fóruns de teatro, por norma duas vezes por ano, os que nos tem permitido abraçar projectos teatrais mais globais e complexos», explicou Américo Monteiro, director da companhia de teatro.

Nascida num antigo celeiro, situado na antiga estação de caminho-de-ferro local, a companhia começou depois a pisar o palco do Teatro Municipal de Torre de Moncorvo, um casa com mais de meia década historia, agora recuperada pela autarquia.

“Falar Verdade a Mentir”, de Almeida Garrett, ou o “Morgado de Fafe Amoroso”, de Camilo Castelo Branco, «têm sido trabalhos levados às escolas e que nos têm permitido percorrer outros caminhos com algumas inovações, quer ao nível da encenação ou direcção de actores», acrescentou Américo Monteiro.

A Associação GAFT - Alma de Ferro, nasceu de uma ideia de criar uma grupo teatral dinâmico que soubesse levar a arte teatral um pouco para todo o Interior e mostra as artes cénicas a um público que está privado de produções teatrais mais elaboradas.

O nome da companhia tem a ver com hematite (oxido de ferro) que é extraída na serra do Reboredo, sobranceira à vila de Torre de Moncorvo, e que serviu de inspiração para demonstrar a vontade dos 13 elementos do grupo em fazer teatro amador.

A companhia, dizem os seus responsáveis, «sabe bem o lugar que ocupa» numa num distrito como o de Bragança, onde os grupos de teatro não abundam, estando inscrita na Federação Portuguesa de Teatro Amador, para assim ter outra «visibilidade».

Para além da representação, os elementos da companhia têm ainda a seu cargo a criação e construção de cenários de «fio a pavio», a costura e confecção do guarda-roupa, a iluminação do palco e a sonorização, enfim, todo o trabalho das suas produções e representação, o que faz com que os membros da companhia sejam uma espécie de homens e mulheres de sete ofícios.

Do elenco do grupo fazem parte membros de diversas profissões, com idades entre os 16 e os 57 anos.

«Esta a aprendizagem e gosto pelo teatro tem vindo a evoluir ao longo dos anos, onde fui aprendendo diversas técnicas», disse Esperança Moreno, um dos elementos mais antigos do grupo.

Também a actriz Daniela Serra declarou que há uma «descoberta constante e permanente» de detalhes da arte teatral.

«A minha veia teatral já estava a latejar e explodiu desde que entrei para o grupo. Vim um pouco à descoberta e já há três anos que estou com o Alma de Ferro», acrescentou a actriz.

João Almeida, hoje com 16 anos é o elemento mais novo do grupo, afirmando que começou há cinco com figurante e, sublinha orgulhoso, hoje já integra o naipe de actores nas peças mais elaboradas.

Café Portugal/Lusa; Fotos - Alma de Ferro

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