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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

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COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira..
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

População de Quintanilha Luta Contra Pedreira

Habitantes querem travar projecto de exploração de quartzo do lado espanhol, a 150 metros da localidade.

A população de Quintanilha, no concelho de Bragança, manifestou-se, na passada quinta-feira, contra a exploração de quartzo do lado espanhol, a cerca de 150 metros da localidade portuguesa.
O projecto para a instalação de uma pedreira a céu aberto no monte do Pedroso, junto ao rio Maçãs e ao parque do Colado, já foi entregue às autoridades portuguesas, que intimaram as entidades regionais envolvidas, através da Agência Nacional do Ambiente, para se pronunciarem sobre a exploração de quartzo do lado de lá da fronteira.
A Associação Protectora Amigos do Maçãs (APAM) é uma das entidades que já emitiu o seu parecer negativo relativamente ao avanço da pedreira. “Tivemos acesso ao resumo técnico do projecto e verificamos que tem muitas falhas. Não contempla, por exemplo, a fauna e flora existente no local, nem a existência de uma localidade mesmo em frente à exploração”, constata o presidente da APAM, António Ramião.
A Junta de Freguesia de Quintanilha (JFQ) também já se pronunciou contra a exploração de quartzo junto à aldeia, por considerar que se trata de um “atentado ambiental”, que iria pôr em causa a saúde pública e a sobrevivência da freguesia.
“Todos sabemos que a exploração de quartzo implica a libertação de sílica, que provoca silicose, a doença que matou muitos mineiros. São poeiras que se propagam no ar e que as pessoas acabam por respirar”, realça o presidente da JFQ, José Carlos Fernandes.
Acresce que a pedreira seria instalada num monte onde existe um castro e é considerado de interesse cultural pelo governo espanhol e a área envolvente é Rede Natura 2000 e Parque Natural de Montesinho. “É um dos rios mais selvagens da Península Ibérica, que iria ficar totalmente poluído e as espécies de fauna e flora iriam desaparecer”, salienta António Ramião.
Investimento de cerca de 200 mil euros efectuado no Parque do Colado comprometido com a exploração de pedra
A contaminação das águas é uma preocupação para populações do concelho de Vimioso, que são abastecidas por captações no rio Maçãs, como é o caso de Argozelo, Carção, Santulhão, Matela, Avinhó e Junqueira.
Neste sentido, os presidentes das Juntas de Freguesia de Argozelo e Carção também já se manifestaram contra a concretização deste projecto. O mesmo acontece com a Comissão Política Concelhia de Vimioso do PS, que emitiu um comunicado a repudiar a exploração de quartzo no lado espanhol.
Já a Câmara Municipal de Bragança (CMB) solicitou informação adicional à Agência do Ambiente, por considerar que não foi disponibilizada documentação técnica suficiente para perceber os impactos ambientais desta exploração.
Além disso, o presidente da CMB, Jorge Nunes, lembra que o monte de Pedroso está classificado, desde 2009, como bem de interesse cultural de protecção máxima, o que, por si só, deveria inviabilizar o projecto. “Pensamos que o resultado final será o impedimento do avanço do projecto por incompatibilidade com o grau de protecção de que goza aquela zona”, conclui o edil.
Entretanto, a população de Quintanilha garante que não vai baixar os braços até conseguir travar o projecto para exploração de quartzo junto à aldeia. “Não podem destruir o parque do Colado, que recebe muitas pessoas no Verão”, afirma Agostinho Vaz, de 66 anos.
João Fernandes, de 69 anos, também está contra a pedreira. “Eles vão querer explorar com o mínimo investimento e vão matar-nos a todos”, reclama este habitante.
As pessoas de Quintanilha garantem, ainda, que vão usar todos os meios para impedir que os espanhóis avancem com os trabalhos. “Disseram-nos que aquilo será uma exploração para 40 anos. Temos que nos opôr e não deixar passar as máquinas”, assevera Maria Odete, de 82 anos.

Por: Teresa Batista

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