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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Augusto Moreno

Augusto Moreno, de nome completo Augusto César Moreno (Lagoaça, 10 de Novembro de 1870 - Porto, 2 de Abril de 1955) foi um professor e linguista português.
Presidente da Câmara Municipal de Bragança 
4 de Janeiro de 1912 - 7 de Agosto de 1913
Nasceu no concelho de Freixo de Espada à Cinta, no Nordeste Transmontano. Cedo demonstrou vocação para os estudos da língua portuguesa o que o levou, por escassez de meios, a frequentar, no Porto, a Escola Normal Primária do Porto[1] (1887-1890), onde se formou, com elevadas classificações e alguns prémios pecuniários, nos ensinos elementar e complementar. Concluídos estes, passou a leccionar na Escola Oficial de Mogadouro, à qual se seguiu a da aldeia galega do Ribatejo – Montijo – e finalmente a de Miranda do Douro.
Fixou posteriormente residência em Bragança onde foi mestre da Escola Primária Superior, tendo exercido igualmente o cargo de Vice-presidente e Presidente da Câmara Municipal daquela cidade, além do de administrador do concelho aquando do Implantação da República Portuguesa, da qual se mostrou sempre um indefectível apoiante pelo que chegou então a ser preso.
Reformou-se do ensino ao fim de 32 anos de profícua e laboriosa actividade em virtude de uma acentuada surdez que em muito lhe limitou o normal exercício das suas actividades públicas, mas nem por isso deixou de trabalhar e continuar a dedicar-se à grande paixão da sua vida: - a cultura da língua portuguesa da qual, como poucos, conhecia os seus múltiplos e seculares segredos.
Autodidacta e estudioso de grande mérito, entre as múltiplas línguas que estudou, algumas das quais falava, figuravam o francês, o inglês, o alemão, o espanhol, o latim e o hebraico, por exemplo, pelo que era considerado um poliglota prestigiado, tanto na sua Pátria como no Brasil, onde chegou a afirmar ser mais conhecido do que na sua terra![carece de fontes?]
Filólogo, gramático e pedagogo, foi igualmente poeta e prosador sendo bastantes as obras e os textos que ostentam o seu nome tendo colaborado em vários órgãos da imprensa regional e local além de em revistas destacando-se a Gazeta Fiscal de Lisboa, a Arte e a Arte Livre, do Porto, e Nova Alvorada, de Famalicão. Colaborou ainda em várias publicações regulares e avulsas como a Revista Nova, de Trindade Coelho, a Revista Lusitana, de Leite de Vasconcelos, e a Tribuna, de Pires Avelanoso, tendo sido um valioso colaborador de Cândido de Figueiredo na elaboração do seu Novo Dicionário da Língua Portuguesa.
Como autor, publicou o "Glossário Transmontano", que se iniciou na Revista Nova e se concluiu na Revista Lusitana, e "Joio na Seara" com análise crítica a algumas obras do mestre Cândido de Figueiredo. Foi ainda autor dos "Dicionário Popular Elementar" e "Dicionário Complementar da Língua Portuguesa". Publicou "Moral e Educação Cívica", as "Lições de Linguagem" (4 vol.), "Lições de Análise, Fonética e Ortografia” (3 vol.), tendo sido colaborador presente no Jornal diário portuense "O Primeiro de Janeiro" onde tinha uma coluna muito apreciada e denominada "Como Falar – Como Escrever", na qual dava resposta a inúmeras perguntas sobre temas, dúvidas e outras questões de linguagem – prosódia, ortografia e sintaxe – as quais lhe eram copiosamente formuladas e tinham as mais diversificadas origens, muitas delas oriundas do próprio Brasil. Publicou ainda vários livros escolares: "Gramática Elementar", "Redacção, Geometria e Ciências Naturais" da colecção "Série Escolar de Educação". Além disso e em colaboração com António Figueirinhas, orientou e dirigiu o "Português Popular" sendo dois os volumes publicados sob este título.
Como tradutor verteu as obras: "Como se Llega a Milionário", do espanhol Climet Ferrer, e "Voces de Aliento", de Orison Swett Marden, "Le Reve de Suzy", da francesa Henri Ardel, "La Femme dans la Famille", de Marie-Dominique Philippe, baronesa de Staffe, "La Grande Amie", de Pierre L’Ermite, "La Neige sur les Pas", de Henri Bordeaux e "Tache", de E. Saint Galles.
"Por proposta do Dr. Bernardino Machado foi eleito sócio do Instituto de Coimbra, e, por iniciativa de António Leal e da "Educação Nacional", a que se seguiu proposta do Governo Civil de Bragança, foi agraciado com o título e grau de oficial da Ordem da Instrução Pública, por serviços distintos prestados à mesma instrução. Publicada a mercê, foi-lhe, em Outubro de 1933, prestada em Bragança pública homenagem, a que se associaram todas as corporações, autoridades e povo da cidade, os então Ministro da Educação Nacional e director geral do Ensino Primário, diversos professores, à frente dos quais Cardoso Júnior e Romeu Pimenta, e vários jornais, nomeadamente Novidades, Educação Nacional, Escola Primária, Diário de Noticias, Diário de Lisboa, O Século e O Primeiro de Janeiro. Tendo em 1935 fixado residência no Porto, Augusto Moreno ali continua estudando dedicada e proficientemente os problemas mais interessantes da língua pátria. Colaborou na sua velha tribuna da Educação Nacional, em O Primeiro de Janeiro e nas revistas Ocidente e Revista de Portugal, de Lisboa, e, de colaboração com Cardoso Júnior e José Pedro Machado, publicou o Grande Vocabulário Ortográfico Luso-Brasileiro. Trabalhou, com os mesmos cooperadores, na revisão e actualização do "Dicionário de Morais", Augusto Moreno é legitimamente considerado um dos mais competentes mestres contemporâneos da Filologia e dos mais eminentes cultores da língua portuguesa, cuja pureza defendeu com brilho e vigor notáveis.
Em sua homenagem e como reconhecimento do seu trabalho e dedicação ao ensino, foi atribuído o seu nome à Escola Preparatória da sua cidade do coração e onde passou a maior parte da sua vida.

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