Aos 92 anos Morreu Vitorino Magalhães Godinho.
Aqui fica o link para uma das suas reflexões mais conhecidas - a abertura da sua obra Mito e Mercadoria: "Que é Portugal? Que são os Portugueses?".
O historiador, professor catedrático da Universidade Nova de Lisboa e antigo director da Biblioteca Nacional, Vitorino Magalhães Godinho morreu na terça-feira, aos 92 anos, noticiou hoje a agência Lusa.
Vitorino Magalhães Godinho é um dos pioneiros das ciências sociais em Portugal. Nascido em Lisboa em 1918, Vitorino Magalhães Godinho, notabilizou-se pela sua luta contra o Estado Novo e viria a ser ministro da Educação e Cultura em 1974. Foi, aliás, em França que festejou o fim da ditadura em Portugal.
Fundamental na sua bibliografia é a obra "Os Descobrimentos e a Economia Mundial", cuja edição definitiva é de 1983-1984, que renovou os estudos de história da expansão portuguesa numa perspectiva mundial. O historiador fez a tese de doutoramento na École Pratique des Hautes Études em Paris, onde trabalhou com Lucien Febvre e Fernand Braudel, nomes fundamentais da grande escola de história surgida em torno da revista "Annales".
A morte de Magalhães Godinho, um dos pioneiros das Ciências Sociais em Portugal, foi comunicada à agência Lusa ao final da noite de terça-feira pelo também historiador Joaquim Romero Magalhães e confirmada hoje de manhã por fonte da Universidade Nova de Lisboa,
onde Magalhães Godinho coordenou o Departamento de Sociologia.
O Presidente da República lamenta morte de "um grande homem de cultura". Cavaco Silva já veio lamentar a morte de Magalhães Godinho, numa mensagem puiblicada no site da Presidência da República. O Chefe de Estado lembrou Magalhães Godinho "como um dos mais notáveis historiadores do século XX", que "marcou sucessivas gerações de historiadores e cientistas sociais pelo carácter inovador, pela erudição e pelo rigor da sua investigação". Cavaco Silva lembrou o historiador pela sua "conduta cívica exemplar", que "nunca deixou de assumir a atitude crítica que a sua responsabilidade cívica exigia face aos problemas da sociedade portuguesa".
"Portugal perdeu um grande homem de cultura. O seu exemplo como cientista, professor e cidadão perdurará na memória dos que com ele privaram, dos que tiveram o privilégio de o conhecer e admirar como académico e de todos os que através da sua obra e do seu ofício de historiador renovam dia a dia o legado de um Portugal aberto ao Mundo", conclui a mensagem de Belém.
27.04.2011 in: PÚBLICO
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