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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 5 de junho de 2015

ALDEIA - «Há oportunidades para quem gosta e procura viver no interior»

Uma associação juvenil nasce em Vimioso em 2004 e, naturalmente, cresce para outras partes do país. A missão inicial de salvaguardar o património ambiental, mas sobretudo desenvolver um projecto educacional, mantém-se hoje viva. A cultura e as tradições do país são também mote de conversa quando falamos da ALDEIA.
Percorrer o país interior de Norte a Sul pode ser uma viagem de descoberta de fauna e flora, com espécies únicas no mundo; uma viagem por paisagens contrastantes, por modos de vida únicos. Trata-se de uma riqueza ambiental preservada por muitos cidadãos, mas desconhecida de uma grande parte dos portugueses. Um grupo de jovens cria, em 2004, no Vimioso, uma associação com fins educacionais sobre o ambiente e a cultura de Portugal. Nasce a ALDEIA, cuja área de trabalho se cingia ao nordeste transmontano. Um dos mentores do projecto, Ricardo Brandão conversou com o Café Portugal, e conta com mais pormenor como surge a Associação ALDEIA (Acção, Liberdade, Desenvolvimento, Educação, Investigação e Ambiente). «O que moveu a criação da associação foi um grande interesse pelo conhecimento do interior rural, dos modos de vida das populações e principalmente, da procura de oportunidades e criação de projectos em áreas geográficas onde ainda existe uma boa preservação dos valores naturais», conta.
Passados cinco anos, a ALDEIA abriu as fronteiras da área de intervenção e está agora presente na Serra da Estrela, Alto Alentejo e Algarve. Nestas regiões os empreendedores do projecto abordam diversas temáticas como «a educação ambiental e conservação do património natural (fauna, flora e cogumelos silvestres, entre outros) até à cultura e à valorização das tradições em meio rural», explica Ricardo Brandão. Actualmente, a ALDEIA gere também dois centros de recuperação de animais selvagens, na Serra da Estrela, a CERVAS, e no Algarve, RIAS. 
O Portugal interior, ao abandono, vê os jovens partirem para as cidades. Muitos não olham para trás e na mala não levam bilhetes de volta. Uma situação que conduz à perda de muita da nossa cultura tradicional. Para Ricardo Brandão o cenário é recorrente por haver um desconhecimento daquilo que é endógeno e tradicional. «Há oportunidades para quem gosta e procura viver no interior, e esta re-aproximação ao mundo rural é precisamente o que poderá permitir manter vivas tradições e costumes que naturalmente tendem a desaparecer se não forem vividos pelas pessoas», comenta. No entanto, considera que «há um eterno discurso fatalista de abandono e desertificação, que alimenta a vontade das pessoas que vivem no interior ambicionarem partir para outros locais com ‘melhor’ qualidade de vida».
A ALDEIA faz então um trabalho em várias frentes, na população urbana, na rural e nas empresas. O nosso entrevistado explica: «Tentamos cativar um público urbano que participa das diversas actividades formativas (cursos, jornadas) que a ALDEIA promove, levando-o a conhecer um pouco mais do interior rural português, mas por outro lado, também se pretende (re)criar elos de ligação entre as populações rurais e a conservação da natureza. Aqui recorremos mais às estratégias de sensibilização e educação ambiental». A colaboração com as empresas faz-se, por exemplo, no âmbito de projectos de conservação de espécies ameaçadas, como o Plano de Emergência para a Recuperação de três Espécies de Aves Rupícolas (PEAR), em desenvolvimento no Parque Natural do Douro Internacional.
Um Portugal rico e por descobrir é a base de trabalho da ALDEIA. «Por vezes, importam-se ideias e ‘novas tradições’, o que será provavelmente desnecessário tendo em conta a diversidade cultural existente em Portugal, principalmente no interior», concluiu Ricardo Brandão, para quem a continuação da sua existência assenta, essencialmente, na educação e na criação de elos à terra, um trabalho onde as entidades locais desempenham um papel fundamental. 
A ALDEIA promove encontros e conferências, ciclos de cinema, festival de sons da ruralidade, passeios pelo campo para observação da natureza, entre outras actividades. Para participar basta tornar-se sócio, pagando uma quota anual.

Sara Pelicano
in:cafeportugal.net

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