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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira..
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Os mais pobres estão a ser comidos por lorpas





OPINIÃO - Barroso da Fonte


Nesta crónica vou dar a palavra a um reparo que me chegou através do meu ex-camarada de armas, Alferes Miliciano Luís Carolino, médico aposentado, a viver em Lisboa.
Foi ele que me encaminhou este grito de revolta que em nome da crise, alguns tubarões, retiram a quem mais precisa. Ora vejam: «Há hoje necessidade de separar o trigo do jóio quanto ao que nos chega a casa por internet. Desta vez é o meu camarada da Companhia de Caçadores 769, alferes miliciano como eu, no norte de Angola que me alerta sobre correspondência que a Caixa Geral de Depósitos está a enviar aos seus clientes mais modestos. Uma circular que deveria fazer corar de vergonha os administradores daquela instituição bancária.
A carta começa, como mandam as boas regras de marketing, por reafirmar o empenho do Banco em oferecer aos seus clientes as melhores condições de preço qualidade em toda a gama de prestação de serviços, incluindo no que respeita a despesas de manutenção nas contas à ordem. As palavras de circunstância não chegam sequer a suscitar qualquer tipo de ilusões, dado que após novo parágrafo sobre racionalização e eficiência da gestão de contas, o cliente é confrontado com a informação de que, para continuar a usufruir da isenção da comissão de despesas de manutenção, terá de ter em cada trimestre um saldo médio superior a EUR 1000, ter crédito de vencimento ou ter aplicações financeiras associadas à respetiva conta.
Ora sucede que muitas contas da CGD, designadamente de pensionistas e reformados, são abertas por imposição legal.
É o caso de um reformado por invalidez e quase septuagenário, que sobrevive com uma pensão de 243,45 euros, que para ter direito ao piedoso subsídio diário de 7,57 (sete euros e cinquenta e sete cêntimos!) foi forçado a abrir conta na CGD por determinação expressa da Segurança Social para receber a reforma.
Como se compreendem, casos como este - e muitos são os portugueses que vivem abaixo ou no limiar da pobreza - não podem preencher os requisitos impostos pela CGD e tão pouco dar-se ao luxo de pagar despesas de manutenção de uma conta que foram constrangidos a abrir para acolher a sua miséria. O mais escandaloso é que seja justamente uma instituição bancária que ano após ano apresenta lucros fabulosos e que aposenta os seus administradores, mesmo quando efémeros, com «obscenas» pensões a vir exigir a quem mal consegue sobreviver que contribua para engordar os seus lautos proventos.
É sem dúvida uma situação ridícula e vergonhosa, como lhe chama um nosso leitor. Mas as palavras sabem a pouco quando se trata de denunciar tamanha indignidade. Esta é a face brutal do capitalismo selvagem que nos servem sob a capa da democracia, em que até a esmola paga taxa.
Sem respeito pela dignidade humana e sem qualquer resquício de decência, com o único objetivo de acumular mais e mais lucros, eis os administradores de sucesso». Vivemos quase todos com a corda na garganta. Os mais «reguilas» safam-se porque se infiltram nos lugares de mando e de comando. Alguns têm o poder de fazer leis à medida do seu estômago. Outros têm o poder de aplicar essas leis. Mas quando lhes são nocivas, ameaçam que vão recorrer para os tribunais, onde alguns pontificam. Uns ameaçam com a justiça porque o estatuto obriga os cidadãos pobres a pagar as custas. Mas outros têm direito a que sejam os serviços que tutelam, a pagar essas custas. Lembram-se do caso de Fátima Felgueiras?
Outra infâmia da CGD: Já em 2012, um casal teve de transferir de uma conta pessoal solidária, para outra conta, igualmente do casal, uma verba de 1.750 euros para saldar uma dívida à Segurança Social. Teve que preencher uma declaração a esclarecer para que fins era aquela transferência.
Ora a transferência fez-se na mesma instituição, de uma conta do casal para outra conta do casal. E teve de pagar 7,50 euros pela transferência. Nem no tempo da «outra senhora» a bufaria era tão cruel.
Como foi possível a Oliveira e Costa e a tantos, transferir milhões sem que declarassem o destino?


in:jornal.netbila.net

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