A 32.ª Feira do Fumeiro de Vinhais foi apresentada à imprensa minhota na Casa de Trás-os-Montes e Alto Douro em Braga, pelo vereador, Roberto Afonso, e pela técnica, Carla Alves. Esta técnica realçou o facto de se trabalhar um ano para os quatro dias da Feira, assentando aí o sucesso do Fumeiro de Vinhais.
Este nicho agro-pecuário, em torno do porco bísaro, desde o controlo da alimentação até os enchidos chegarem à Feira gera, anualmente, cerca de 25 milhões de euros e cria 300 postos de trabalho.
Visitámos a Feira do Fumeiro a 10 de Fevereiro e ficámos maravilhados com a organização e dimensão. Foi visitada por cerca de 50.000 pessoas e facturou uns 6 milhões de euros. Estavam lá 83 produtores (em 1995 eram 350 e só ficaram os que se quiseram modernizar) com os produtos únicos e controlados desde o registo e a alimentação dos recos até à produção do diverso fumeiro IGP (Identificação Geográfica Protegida).
Pelas compras sentimos os preços proibitivos da orelheira, do pernil e do chispe a 7 €/kg (em alguns locais pediam a 10 €). Comprámos casulas a 5 €/kg (havia os que pediam a 10 €/kg). As alheiras e as sangueiras eram vendidas a 9 €/kg. Mas, na vila, a uns 300 metros da Feira vendiam-se a 7 €/kg. O salpicão e a linguiça eram a 40 €/kg e a 30 €/kg respectivamente.
O Fumeiro de Vinhais só utiliza condimentos naturais segundo saberes ancestrais aliados à inovação. A Feira, de 9 a 12 de Fevereiro, na «Capital do Fumeiro» (Vinhais), teve um espaço alimentar de excelência para provas de produtos regionais (vinhos, azeites, fumeiro, queijos e folares).
Havia, ainda, várias atracções (até tourada), a Feira de Artesanato e a da Gastronomia, no fundo, uma grande Feira do nosso Mundo Rural. Em Braga, dia 3 de Fevereiro, a equipa municipal de Vinhais trazia cozinheiras próprias e, para além dos enchidos divinais, que nos regalaram o corpo e a alma, a malga de caldo de casulas, que bisámos, marcou-nos como o melhor de tudo.
Estas iguarias, que têm muito trabalho do Município, fariam descer à Terra os deuses do Olimpo, se os conhecessem, porque não pode haver melhor lá por cima, embora torcessem o nariz aos preços excessivos.
Jorge Lage
in:jornal.netbila.net
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