A exploração das minas de ferro em torre de Moncorvo tem de beneficiar o concelho.Quem o diz é o presidente da câmara.Aires Ferreira quer que pelo menos um por cento dos lucros do Estado na exploração das minas reverta para o município. O autarca afirma que à semelhança da exploração eólica e de barragens, “não tem lógica” que não haja uma compensação pela exploração dos recursos mineiros. “Os municípios nas barragens têm uma renda. Na eólica é de 2,5 por cento da produção. Não tem lógica nos recursos mineiros não haver uma compensação. Por exemplo, no caso do ferro é uma exploração a céu aberto com impactos ambientais enormes.
O Estado assinou uma contratualização para o ouro do Alentejo de quatro por cento. Porque é que não há-de ser um por cento para os municípios abrangidos?”, questiona. O presidente da Associação de Municípios considera que o Estado “só tem lucros” e o município “é que fica com os encargos”. “O Estado não tem custos porque não é o que vai resolver as rodovias, o abastecimento da água, a recolha de lixo, etc…Isso são tudo despesas do município.
O Estado tem tudo de lucro, o município fica com os encargos”, considera. As infra-estruturas de Torre de Moncorvo estão subcarregadas com os trabalhadores das minas. Aires Ferreira afirma que o abastecimento de água já está a ser afectado. Recorda que o estaleiro tem mais gente do que a restante população abastecida pela mesma barragem. “A ocupação, obviamente, gera pressão nas infra-estruturas.
Nós já gastamos dinheiro para abastecer de água o estaleiro da barragem e agora vamos ter que suspender porque não temos água na barragem que dê para o estaleiro. Porque o estaleiro tem mais gente do que as aldeias que essa barragem está a servir”, constatou. Além da renda exigida à EDP como compensação pelas barragens, o presidente da Associação Nacional de Municípios quer uma compensação pela extracção mineira.
Escrito por Brigantia (CIR)
in:brigantia.pt
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