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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

O Pistoleiro Borges


O nosso provincianismo convenceu-o de que o senhor era um construtor quando não passa de um destruidor
MEU CARO BORGES, o senhor é um pistoleiro ao serviço do dinheiro. E como tal, um de nós está a mais neste país, ou você ou nós, povo português. Sabe o que acontece aos pistoleiros fora da lei no final do filme e antes do tiroteio? Aparece-lhes pela frente um xerife bera Há um filme interessante que desde já recomendo a Vexa, chamado "Gunfight at the O.K. Corral", que em português teve o horrível título de "Duelo de Fogo" (porque os portugueses são todos uns ignorantes, como Vexa sabe). Diz o xerife Wyatt Earp para o cowboy fora da lei Billy Clanton antes de o matar:
"Pensas que és muito duro, não pensas, filho? Pois eu nunca conheci um pistoleiro tão duro que vivesse para
celebrar o seu 35º aniversário. Aprendi uma regra sobre pistoleiros. Há sempre um homem que saca mais rápido do que tu, e quanto mais usares a arma mais depressa aparece esse homem".
O senhor acha-se muito esperto, inventor de ideias brilhantes como a TSU, congeminada por neurónios que
estiveram ao serviço de entidades de mérito internacional dedicadas ao bem-estar de uns poucos em detrimento de todos. Entidades como a Goldman Sachs, onde o senhor era um entre muitos diretores mas com a inegável vantagem de vir de um pequeno, pobre (e "ignorante") país onde os paisanos ficam impressionados com títulos como diretor da Goldman Sachs, ou vice-presidente do que quer que seja. Com o seu título de Finanças e os seus pergaminhos académicos, a sua Universidade de Stanford, o seu INSEAD, o seu Banco de Portugal, o seu Citibank,
o seu BNP Paribas, a sua Petrogal, a sua Sonae, a sua Jerónimo Martins, a sua Cimpor e a sua Vista Alegre, as suas consultadorias americanas (que a sua biografia oficial não esclarece), o seu breve FMI (uns mesitos até ser corrido), a sua Universidade Nova, a sua Universidade Católica, o seu Instituto Europeu de Corporate Governance, a sua Comissão Política Nacional do PSD e a sua Assembleia Municipal de Alter do Chão (passa-me aí o alter do chão), mais a sua autoridade moral em matéria de hedge funds, de que os portugueses sabem nada, o senhor é um homem requestado. Nunca produziu um livro que se visse, um pensamento, uma teoria geral.
O senhor é um alto empregado do sistema capitalista internacional e nunca teve de se esforçar muito para
compreender o mundo das pessoas que não têm a sua fortuna. Na verdade, só quem não tem de trabalhar duro para viver pode, decentemente, operosamente, genialmente, desempenhar tantos cargos de topo em tantos lugares ao mesmo tempo. O senhor faz parte do reduzido grupo dos que não têm nada para aprender porque ensinam os outros. O senhor é um pedagogo, um homem para toda a obra desde que a obra consista em defender a regra da multiplicação do capital à custa do trabalho. É um ramo de atividade que remunera muito. E, conhecendo Portugal, depois de um título na carteira todos os títulos vêm parar às mãos. O nosso provincianismo convenceu-o de que o senhor era um construtor quando não passa de um destruidor. Como se dizia dantes, o senhor ganha bem e sai cedo. E, caramba, até da Fundação Champalimaud o senhor é administrador. Na verdade, nunca ninguém lhe deve ter dito que o senhor não passa de um pistoleiro contratado. E que nenhum primeiro-ministro com o juízo todo num país em austeridade contrata pistoleiros para defenderem o interesse do Estado português face aos interesses
privados. Porque o senhor abomina o Estado português, todos os Estados, e, suspeito, despreza os portugueses que não são tão importantes como o senhor. Não se dá a chave da casa ao banco. O senhor é o do banco, será sempre o do banco. E deram-lhe a chave da nossa casa.
A condescendência que usa quando fala da estupidez e ignorância dos outros, todos os outros, sentado ao lado de inteligências como o Relvas, homem de muito estudo e procura do conhecimento, leva-me a concluir que como todos os pistoleiros, o senhor nunca critica a mão que lhe dá de comer e que não tem escrúpulo académico.
Percebo que se trata da nobre missão de vender o país. Que é o que o senhor, com empenho, acolitado pelo Relvas, vem fazendo. Da água que bebemos à energia com que nos aquecemos, o senhor privatiza e depois põe o povo português a pagar as rendas, tarifas e taxas dos monopólios e negócios que o senhor assinou em nosso nome. É verdade, o senhor trabalha para nós e ninguém se lembrou de lhe explicar isso. É o nosso empregado.
Saia enquanto pode.

CLARA FERREIRA ALVES

1 comentário:

  1. Regressem com força e determinadas as bengalas!!.. não vejo outra solução!!!...

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