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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite, Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 16 de julho de 2015

Quando o Diabo era barqueiro

Local: VINHAIS, BRAGANÇA


Houve também um santo que fez das boas ao Diabo. Foi o Santo Hilário. Numa ocasião, estava o Diabo de barqueiro num rio [o rio Rabaçal]. E ao passar as pessoas de uma margem para a outra, mandava-as sempre despir. Se elas não quisessem, atirava-as à água. 
 Até que apareceu lá um homem chamado Hilário. Era o santo antes de o ser. O barqueiro deixou-o entrar para o barco e, quando iam a meio do rio, disse-lhe: 
 — Tens de te despir. 
 — Bô?! Com este frio?! — reagiu o passageiro. 
 — Qual frio?! Despe-te lá mas é, senão mando-te à água. E essa sim é que está fria — insistiu o barqueiro. 
 Por fim, o Hilário resolveu propor um acordo ao barqueiro: 
 — Então, fazemos assim: despimo-nos os dois. Mas primeiro tu. 
 — E quem é que segura o barco? — perguntou o barqueiro. 
 — Pássa-me p’ra cá os remos que o seguro eu! 
 O barqueiro aceitou e começou então a despir-se. Só que, mal o Hilário o apanhou em coiro, espetou-lhe um dos remos no cu e andou com ele às voltas, às voltas, até que o atirou pelo ar, e de tal forma que foi cair à margem do rio. E seguiu depois, muito descansado, com o barco para o seu destino. 
 Passado algum tempo, o Hilário foi bater à porta do inferno. 
 — Quem vem lá? — perguntaram. 
 — É o Hilário! 
 Mal ouviram o nome e a voz, os diabos fugiram todos, cheios de medo, e não lhe abriram a porta. Por isso o Hilário teve de voltar para trás. Sorte a dele. Assim tornou-se santo e já não precisou mais de ir bater àquela porta.

Fonte:PARAFITA, Alexandre Antologia de Contos Populares Vol. 1 Lisboa, Plátano Editora, 2001 , p.216

1 comentário:

  1. Li algumas destas pequenas histórias/lendas (que não conhecia) e adorei! É muito bom saber sempre um pouco mais sobre a nossa terra; e o Henrique faz isso como ninguém.
    Logicamente que o vou continuar a acompanhar, aprendendo sempre mais consigo.
    Obrigada por isso!!!

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