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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 15 de março de 2013

Ancorchado/Encortiçado


Ancorchado
Airaçadas de spritos zanquietos. Formigueiro dromido çpierta de las antranhas que tierra rebuolbe adebina auga, frolicas, sol i muita, muita bida. Guapa adromecida picada pula ambeija drume se ua bida. Spierta se de suonho i nuoba bida se adebina. Hai sprança siempre que hai bida. Toda la sprança se sbai cula muorte. 
Ancorcha se l cuorpo fincado a chano a modos spinhaço dreito de braços a cielo. Anho após anho ganha se ó perde se couraça. Sente-se l cuorpo andrento a bózios. Anculagado, l cuorpo, sente se ancubierto a modos corcha que bibe de bien cula mai tronco que sangre le dá i bida le bota. L que son nuobe anhos nua bida? Puode se agarrar balientes berduadas que nada de nada amachuca; nien l sonido de las arrochadas arrepássa, fai richochete. Nun fuosse la corcha buona eisoladora. L cuorpo andrento solta la piel que lo aperreia. Miras-te sobreiro apuis zancorchado, aburmelhada piel nuoba ganhas i tantas mais zancorchadelas bais deitar fuora i bida nuoba ganhar. 
…./….
Encortiçado
Ventos de espíritos buliçosos. Formigueiro dormido desperta das entranhas que terra revolve, adivinha chuva, flores, sol e muita, muita vida. Bela adormecida picada pela inveja dorme uma vida. Desperta do sono/sonho e nova vida se adivinha. Há esperança sempre que há vida. Toda a esperança esvaece com a morte.
Encortiça se o corpo fincado ao chão como espinhaço direito de braços ao céu. Ano após ano ganha-se ou perde-se couraça. Sente-se o corpo de dentro aos gritos. Acasernado, o corpo, sente-se encoberto como cortiça que vive de bem com a mãe tronco que sangue lhe dá e vida lhe alimenta. O que são nove anhos numa vida? Pode-se agarrar valentes pauladas que nada de nada amolga; nem o som das arrochadas trespassa, faz ricochete. Não fosse a cortiça bom isolante. O corpo dentro solta a pele que o aperreia. Olhas-te sobreiro depois descortiçado, avermelhada pele nova ganhas e tantas mais descascadelas vais deitar fora e vida nova ganhar.

António Cangueiro
15/Mar/13

1 comentário:

  1. gostei da imagem, muito a propósito. Sempre viajamos no tempo e no espaço e terra seremos...mas a vida tem de ser vivida enquanto vida é.

    Bien haia

    António Cangueiro

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