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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

A grade de ouro

Local: MIRANDELA, BRAGANÇA

Um dia estava um lavrador a pastorear as suas vacas perto de Vila Verdinho, concelho de Mirandela, quando lhe apareceu uma mulher desconhecida, que depois soube ser uma moura, e lhe disse: 
    — Tens aí duas vacas que vão ter dois bezerros. Tu vais criá-los, mas nunca tires às vacas uma pinga de leite. Daqui a um ano, quando for S. João, metes os bezerros no rio com uma grade de gradar a terra. Se assim fizeres terás a tua fortuna. 
    O lavrador, ao chegar a casa, contou à mulher, pedindo-lhe que fizesse como a outra lhe tinha dito. 
    O tempo passou, nasceram os bezerros e lá foram crescendo. Acontece que um dia a mulher do lavrador esqueceu-se do pedido do marido e foi tirar o leite às vacas. Estava então nesta tarefa quando, de repente, se lembrou; e, com a atrapalhação, atirou com o leite por cima de um dos bezerros, que logo ficou todo malhado de branco. 
    Ao chegar a manhã de S. João, o lavrador fez como a moura lho havia dito: meteu os bezerros ao rio com a grade. E qual não é o seu espanto ao ver que a grade, ao ser puxada pelos animais, ia aparecendo à tona da água transformada em ouro. Só que, logo em seguida, do lado do bezerro malhado a grade começa a afundar-se. 
    O lavrador dizia então para os bezerros: 

— Quer Deus queira, quer não queira, 
a grade vai p’ró cima da barreira! 

    É o vais. Quanto mais ele os picava mais a grade se afundava. E, dali a nada, tanto ela como os bezerros foram parar ao fundo das águas. Perdeu tudo. Ouviu-se então uma voz a dizer: 
    — Maldito, que me dobraste o encanto!

Fonte:PARAFITA, Alexandre A Mitologia dos Mouros: Lendas, Mitos, Serpentes, Tesouros Vila Nova de Gaia, Gailivro, 2006 , p.279-280

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