Emigrantes enchem as ruas e aproveitam a visita à terra natal para fazer algumas compras.
Os comerciantes sabem que já não são meses de venda como eram há vinte anos, mas continuam a considerar crucial a vinda destes filhos da terra
Mês de Agosto é sinónimo de emigrantes e movimento nas ruas da cidade de Bragança. A região muda completamente nesta altura do ano e as aldeias, quase despovoadas, ganham a alegria de outros tempos. Os corredores dos supermercados ficam mais cheios, os restaurantes têm mais clientes e os cabeleireiros não têm mãos a medir. O Jornal Nordeste foi à rua saber qual é o impacto do regresso destes filhos da terra no consumo, em comparação com o Verão passado.
Victor Cordeiro, responsável do Restaurante Emiclau, mostra-se satisfeito com o negócio e diz que a crise não se sente nestes dias. Servem-se mais refeições e o movimento duplica, garantidamente. “Não me posso de todo queixar. Têm sido óptimas estas primeiras semanas de Agosto. Temos servido muitas refeições, mais do dobro. No meu entender há cada vez mais portugueses a ir lá para fora e isso já se sente. Logo, nesta altura mexe mais do que o resto do ano”, afirma o responsável.
Cidade viva
E em relação a vestuário, Sandra Fernandes, da Loja Imagem, em Bragança considera que os emigrantes dão mais vida à cidade e fazem algumas compras. Mesmo assim, menos do que o ano passado, diz a lojista. “O mês de Agosto é sempre uma altura que há mais movimento. Os emigrantes ajudam-nos neste mês, mas este ano compram menos, seleccionam o mais barato e também me parece que há menos. Claro que os que vieram dão muita vida e movimento à cidade”, refere Sandra Fernandes.
Além dos restaurantes e lojas de pronto-a-vestir, nos cabeleireiros também não há mãos a medir. Maria João têm um salão em Bragança e garante que este ano tem tido mais trabalho do que no anterior. “Tenho mais emigrantes do que o ano passado, não perguntam preços, não temos parado. A mim parece-me que este ano ficaram mais por cá e não rumaram ao sul como era costume fazerem noutros anos”, explica a cabeleireira.
Numa altura em que as praias do Litoral estão cheias de gente, são ainda muitos os emigrantes transmontanos que preferem ficar na terra natal a passar férias. São estes que conferem um impulso momentâneo ao comércio local.
Destaque
Os corredores dos supermercados ficam mais cheios, os restaurantes têm mais clientes e os cabeleireiros não têm mãos a medir
Vozes
Sérgio Gonçalves
Proprietário do Café Goalkeeper
“Há menos gente e nota-se menos consumo. Acrise está reflectir-se, também, nos emigrantes. É sempre um mês de mais movimento, mas consomem bem menos. Tenho esta casa aberta há anos e não há comparação possível. Agora é uma ajuda para nos aguentarmos, mas antigamente era um mês em que se ganhava dinheiro”.
Victor Pêra
Construções Nordestinas
“Não me posso queixar. Este mês já vendi a um apartamento a um emigrante. O País anima sempre nesta altura, pois são muitos os portugueses que residem lá fora e quando regressam animam estes meses de Verão”.
Isabel Relvas
Foto Académico
“Há mais afluência do que no resto do ano, sem dúvida. Os emigrantesn nesta alturan são mesmo uma mais-valia. Para além de cerimónias, pedem muito o restauro de fotografias antigas e ajudam no negócio”.
in:jornalnordeste.com
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