Dói-me a saudade no ver//
E cresce-me a água na boca...
Quando lá voltar p’ras comer,
Só terei esta vontade tão louca!!!
As comidas da minha terra//
Que a minha Mãe cozinhava...
Depois que nós fomos p'ra guerra,
Nem à Mó do cabo chegava!
Era um naco de pão centeio//
E uma chouriça de sangue de réco...
Uma Alheira e um copo bem cheio,
E a brasa do lume bem perto!
Na mesa do Lar um salpicão,
E um queijo de leite D’Ovelha...
Ou de Cabra quando não,
Havia sempre uma na Grelha.
Em volta do “estrafogueiro”
Em noites de Inverno tão frio,
Que hoje lá no estrangeiro,
Desses tempos eu tanto me rio!!!...
E aqui me deixo emocionar!...
Com lágrimas eu encho os Olhos
Ao ver estes lindos Manjares,
Os grelos que eu vejo aos molhos.
Comidas estas da minha infância...
Mézinhas que a Minha Mãe fazia,
Tive-as todas só em criança!
Mas que ainda me dão Alegria!!!
Tomates vermelhos maduros,
Fresquinhos trazidos da horta...
Um copo de vinho bem puro
E pêssegos de ao pé da porta!
Ali sentados no verão,
Já tarde depois da sesta...
Em volta ou sentados no chão,
Comemos, bebemos, vivemos em festa!
(in: POESIAS SOLTAS)
Original Publicado em: www.silvinopotencio.net - Emigrante Transmontano em Natal/Brasil
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Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço.
A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)
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