Número total de visualizações do Blogue

Pesquisar neste blogue

Aderir a este Blogue

Sobre o Blogue

SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Falta gente para trabalhar nas vindimas do Douro

Em plena campanha de vindimas, os vitinicultores do Douro queixam-se de falta de mão-de-obra. Por isso, recorrem à "torna-jeira", ajudando-se mutuamente nas tarefas. Este ano, a produção supera as expectativas em quantidade e qualidade.
As uvas já estão maduras e no ponto de serem cortadas, mas os vitivinicultores do Douro não têm quem trabalhe na vindima. Os mais novos emigraram e grande parte dos que ficaram na região não tem idade nem condições para o trabalho.
“Arranjar pessoas para trabalhar na vindima? É impossível, porque hoje em dia os poucos que ficaram querem receber o dinheiro sem esforço físico”, afirma à Renascença Jorge Vilela, vitivinicultor de Cotas, referindo-se a beneficiários do Rendimento de Inserção Social, que poderiam responder à chamada para a vindima.
Rui Grácio, de Sanfins do Douro, também não encontrou na região quem contratar. “A grande parte das pessoas, entre os 20 e os 40 anos, está emigrada e os que ficaram ou são muito novos ou muito velhos para trabalhar”, diz.
Para fazer a vindima, que ainda está a decorrer, o vitivinicultor de Cheires Luís Alves procurou trabalhadores no exterior: “Fui buscar três mulheres reformadas à montanha, lá para Tinhela, e lá andam a vindimar”.
Luís Alves realça o esforço financeiro que isto implica. “Tenho que lhes dar de comer e de dormir, além de lhes pagar a jeira a 30 euros por dia”, explica. Porque “aqui não se arranja ninguém e eu tenho para aí 100 pipas de vinho”, acrescenta.
Albino Borges, vitivinicultor de Cotas, lamenta o cenário e avisa que, sem "ninguém para contratar, a vindima vai demorar mais tempo”.
Douro recupera tradição da cooperação e ajuda mútua 
No concelho de Alijó, para contornar o problema da falta de mão-de-obra, os pequenos e médios produtores estão a realizar a vindima ao fim-de-semana, aproveitando os jovens da família que estão a estudar, os amigos que vêm de fora e ainda com recurso à “torna-jeira”.
“A vindima é feita praticamente com amigos e familiares e conseguimos fazer uma coisa que já não se fazia há algum tempo, que é fazermos o trabalho uns dos outros”, testemunha à Renascença Rui Grácio, para quem a falta de trabalhadores está a “obrigar a região a implementar de novo a "torna-jeira".
“Eu ajudo aquele e ele ajuda-me a mim e vamos fazendo a vindima assim. Ajudamo-nos uns aos outros”, explica António Sequeijo, de Cheires.
A ajudar à vindima na Quinta de Santa Luzia, em S. Mamede de Riba Tua, está um casal de professores desempregados. Vieram de Viseu para engrossar o "rancho" nos socalcos durienses. 
“É uma forma de contribuirmos para a economia do país”, refere Cristina Gonçalves. O marido, Bruno Morgado, salienta o “espírito de ajuda, o bom ambiente que se cria, a diversão e o desporto” nas vindimas do Douro. 
Ano de excelente quantidade e qualidade 
A Região Demarcada do Douro estima uma boa colheita em termos de qualidade e quantidade. 
“Este ano tenho o dobro de uvas do ano passado, o vinho é bom e com bom grau”, refere à Renascença Luís Alves, explicando que tudo se deve à chuva. “As uvas estavam secas, mas depois choveu e começaram a engordar”, explica, para reforçar: “É um ano mesmo bom”.
“Este é um ano excepcional e, em termos de grau, as adegas estão de parabéns”, refere Guilhermino Araújo.
A contar com uma boa produção está também Rogério Vieira: “É bem superior à do ano passado, talvez 25% mais, e a qualidade é muito boa”.
Segundo dados da Associação de Desenvolvimento da Viticultura Duriense (ADVID), a produção de vinho no Douro deverá rondar, este ano, entre as 233 mil e as 253 mil pipas, valor superior à produção de 218 mil pipas declarada no ano passado.
Nesta vindima aumenta também para 100 mil o número de pipas (550 litros cada) a beneficiar - quantidade de mosto que cada vitinicultor pode destinar à produção de vinho do Porto. Em 2012, foram produzidas 96.500 pipas de vinho do Porto

Olímpia Mairos in Renascença

Sem comentários:

Enviar um comentário