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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

QUERCUS responsabiliza Governo e ICNF por negligência das políticas florestais

No final do período crítico do Sistema de Defesa da Floresta Contra Incêndios (SDFCI) que terminou em Setembro, a Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza apresentou esta quarta-feira um balanço dos incêndios florestais nacionais.

Segue o balanço:
1. Como nota negativa, cabe assinalar o silêncio quase absoluto dos Ministérios da Agricultura e do Ambiente, e do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) durante todo o período em que o País esteve a arder. Este silêncio assume especial gravidade no caso do ICNF porque este organismo público tem tutela directa sobre a floresta e sobre as áreas classificadas.

2. Também relevante, pela negativa, a falta de investimento em acções de prevenção e no fomento florestal, sendo hoje claro o desajustamento dos programas e mecanismos de apoio ao sector florestal e à defesa das florestas contra os fogos, como o PRODER e o Fundo Florestal Permanente, face à realidade da floresta portuguesa.

3. É absurdo que as verbas gastas em acções de prevenção sejam menos de metade das verbas alocadas ao combate dos fogos florestais, com a agravante de que parte das verbas que o Governo indica como aplicadas na prevenção são verbas de despesas administrativas e outras que não estão relacionadas com a intervenção no espaço florestal.

4. Os incêndios florestais deste ano - até 1 de Outubro - atingiram 134.810 hectares de área ardida, 50.586 hectares em povoamentos e 84.378 hectares em matos, segundo relatório provisório do ICNF.

5. É importante clarificar que em parte dos 84.378 hectares considerados de «matos» estão áreas florestais em regeneração natural após corte raso ou resultante de incêndios anteriores, onde existem jovens árvores junto à vegetação arbustiva, as quais constituem potenciais novos povoamentos. Assumir que são apenas áreas de «matos» é revelador de uma inequívoca tentativa de desresponsabilização perante a gravidade da situação. 

6. O ano de 2013 destacou-se pelo registo de um elevado número de grandes incêndios, 51 dos quais com mais de 500 hectares, sempre associados a condições meteorológicas adversas e a um baixo nível de implementação de medidas preventivas de Defesa da Floresta Contra Incêndios, situação que provocou a lamentável perda de vidas humanas, com a morte de oito bombeiros, um autarca e uma cidadã, que se encontravam no combate aos incêndios.

7. O maior incêndio de 2013 teve início no dia 9 de Julho perto da localidade de Picões, junto do Vale do rio Sabor no concelho de Alfândega da Fé (Bragança), afectando uma área estimada de 14.912 hectares, dos quais 11.980 hectares em espaços florestais e habitats parcialmente incluídos no Sítio de Importância Comunitária da Rede Natura 2000 – Rios Sabor e Maçãs, na zona onde está prevista a albufeira da barragem do Baixo Sabor.

8. O segundo maior incêndio ocorreu na Serra do Caramulo, com início na zona de Guardão, no concelho de Tondela com 6.841 hectares de área florestal ardida dominada por eucaliptal e pinhal, mas estima-se que no total a Serra do Caramulo tenha sido afectada em mais de 9000 hectares pelos incêndios no Verão de 2013.

9. Ocorreram ainda grandes incêndios na Serra de Montemuro, no Parque Nacional da Peneda-Gerês, Parque Natural do Alvão e na Serra do Marão, afectando importantes áreas para a conservação da natureza.

10. Continua a verificar-se um elevado número de ocorrências em áreas com grande densidade populacional. Só no distrito do Porto existiram 5.321 ocorrências, entre incêndios e fogachos.

11. Segundo o Centro de Investigação Comum da Comissão Europeia (EFFIS-JRC/CE), a área ardida acumulada nos últimos 33 anos em Portugal foi de 3 575 020 hectares num total de 614 228 fogos, uma área superior à actual área ocupada pela floresta portuguesa.

12. Segundo o 5.º Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental de Cientistas para as Alterações Climáticas (IPCC), apresentado no dia 27 de Setembro em Estocolmo, nos países do Sul da Europa e da Região Mediterrânica, as perspectivas para 2100 são dramáticas: menos chuvas mas mais concentradas no tempo e associadas a cheias, aumento dos incêndios florestais e uma enorme perda de biodiversidade.

Neste contexto, a Quercus informou que tem efetuado diversos alertas devido à gravidade dos impactes dos incêndios sobre a floresta portuguesa, quer na estabilidade dos ecossistemas, quer ao nível da perda de valor económico para os proprietários e da lamentável perda de vidas humanas. Contudo, segundo a associação, o Governo continua sem implementar políticas públicas de longo prazo promotoras da gestão sustentável da floresta e do espaço rural, que dinamizem a economia local com a presença de pessoas no interior do País.

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