A Federação Nacional dos Prestadores de Cuidados de Saúde (FNS) reivindicou hoje que a administração da Unidade Local de Saúde do Nordeste (ULSNE) demonstre a poupança com a retirada a privados e centralização nos hospitais públicos das análises clínicas.
A organização juntou-se hoje aos protestos que os laboratórios convencionados e associação do setor têm protagonizado desde que, há dois anos e meio, a entidade responsável pela saúde no distrito de Bragança decidiu centralizar nos hospitais públicos metade das análises clínicas que, até então, eram realizadas pelos privados.
A administração da ULSNE tem argumentado que poupou um milhão de euros com a medida que abrange apenas metade da população da região, já que no resto da região estes exames continuam a ser realizados pelos convencionados.
A federação exige que a administração da ULSNE "divulgue os documentos que confirmam a alegada poupança com a internalização de análises clínicas, com o comparativo de custos e número de atos relativamente a igual período em que estes exames eram feitos pela rede convencionada".
"Alegando poupanças para o Estado que nunca demonstrou, a ULSNE tem vindo sistematicamente a limitar as opções dos utentes", lê-se num comunicado distribuído hoje pela FNS.
A posição é divulgada com declarações de Henrique Soudo, membro da federação, que acusa a ULSNE de não ter "capacidade de resposta" o que "tem provocado filas e atrasos nas entregas das análises".
"Uma situação de tal forma caótica que no mês passado foi obrigada a deixar de fazer análises clínicas a doentes externos no Hospital de Bragança", apontou, referindo-se à decisão de os exames passaram a ser feitos nos centros de saúde da cidade.
A administração da ULSNE é ainda acusada de impor cortes "de mais 30%" aos convencidos para continuarem a fazer análises", a que acrescem " "as dívidas de mais de dois milhões de euros" com "mais de um ano" de atraso" nos pagamentos.
Recentemente a administração da ULSNE divulgou que chamou os convencionados para uma reunião, a 03 de julho, na qual "foi negociado o valor a pagar relativamente à tabela de convenções, para todos os serviços prestados" e que, "doravante, a ULSNE do Nordeste efetuaria pagamentos mensais às empresas em causa, correspondentes às faturas a receber, bem como se disponibilizaria a amortizar gradualmente a dívida existente".
Para o dirigente da FNS "está em causa o serviço prestado às populações" e a sobrevivência dos laboratório, pelo que antecipa que "a breve trecho apenas os centros de saúde forneçam este serviço, ou seja, toda a população, incluindo quem tem por exemplo ADSE ou seguros de saúde, vai estar dependente única e exclusivamente da limitada oferta do SNS (Serviço Nacional de Saúde".
A federação indica ainda que "os cortes realizados nos últimos anos já levaram ao encerramento de duas empresas de análises e ao despedimento dos seus trabalhadores".
HFI // JGJ
Lusa/fim
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