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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

LIGARES - A história de Santa Bárbara

Diz-se que Esta Capela faz parte do conjunto das 7 capelas irmãs, em que todas elas se vêem umas às outras. São elas: a Capela de Nossa Senhora da Glória. no Peredo dos Castelhanos. a de Nossa Senhora da Assunção de vila Flor. a de Nossa Senhora do Castelo de Urros. a de Nossa Senhora do Viso de Custóias. a de Santa Bárbara de Ligares e a de Nossa Senhora da Teixeira de Sequeiros.
No decurso dos três primeiros séculos da era cristã, houve lapsos em que as perseguições contra os cristãos se amainavam. Um destes ocorreu durante o reinado de Alexandre Severo (222-235), imperador magnânimo e amigo das letras. Mesmo assim, nos períodos de trégua, os cristãos deviam agir com prudência e com cautela, porque, ainda que o ímpeto das perseguições estivesse menos intenso, sempre havia um ou outro sectário fanático dos ídolos pronto a denunciar os cristãos.

Foi em Nicomédia (hoje Izmit), capital da antiga província romana da Bitínia (território actualmente integrando a Turquia), que se desenrolaram a vida e o martírio de Bárbara. No que concerne especificamente à vida da santa, os autores são muito concisos.


Bárbara era filha única de Dióscoro, um rico comerciante. Ambos eram pagãos!


Cioso da beleza da filha e para que ela não tivesse contacto com algum jovem estranho ao tipo que ele pretendia para esposo da filha, e, de outro lado, para que não sofresse a influência do Cristianismo, odiado por ele, Dióscoro mandou construir uma torre em sua propriedade. Para lá transferiu Bárbara. Para vigiá-la, colocou pajens e damas de companhia leais a ele, alegando que a filha precisava de recolhimento para entregar-se aos estudos. Ao que parece não era um homem ruim, mas ignorante e pagão fanático.


Este, após providenciar a instalação da moradia de Bárbara na torre, partiu para longa viagem de negócios pelas ilhas do mar Egeu. Permaneceu fora de casa por um ano.


Entrementes, o velho cristão preceptor de retórica, instruía Bárbara nas verdades cristãs, o que a levou a aceitar o cristianismo e a pedir e receber o baptismo.


Quando o pai voltou encontrou Bárbara na exuberância de seus 20 anos. Foi, porém, informado das transformações ocorridas na vida da filha, incluindo sua esquivância pelo casamento. Temeroso que a substituição das estátuas das divindades pagãs por outros símbolos estranhos, - os símbolos cristãos -, acarretasse a ira dos deuses, repreendeu severamente a filha.


Bárbara, conhecendo o génio iracundo do pai, foge de casa, mas, logo em seguida, é reencontrada. Sabendo pela própria filha que ela se tornara cristã, acusou-a perante as autoridades e, às mesmas, entregou a filha para ser presa.


Houve fracassadas tentativas para fazê-la mudar de ideia, incluindo torturas horríveis: dilacerações do corpo com garras de ferro, brasas ardentes sobre os rins, seios arrancados com tenazes. Bárbara, todavia, permanecia impassível. Foi, então, condenada à decapitação.


Alguns dizem que o próprio Dióscoro teria pedido ao governador Marciano para ser o executor da sentença. Outros que o governador - surpreso diante da obstinação de Bárbara - teria insinuado que o pai, o principal acusador da filha, fosse também o seu algoz, o seu executor. Bárbara foi, então, decapitada pelo próprio pai, Dióscoro.


Conta-se que após a execução da mártir, no alto de uma colina, tremenda tempestade abateu-se sobre o local. Naquele instante, o pai-algoz foi atingido por um raio, tendo morte instantânea.


Por isso, devido às circunstâncias em que ocorreu o martírio de Bárbara, a santa é invocada contra tempestades, temporais e tormentas.


O martírio de Bárbara aconteceu em Nicomédia, ao 04 de Dezembro, provavelmente em 235, primeiro ano do reinado do cruel Maximiano.


A santa era estranha à vida militar. No seu tempo, as armas de arremesso eram incipientes e movidas tão somente pelo esforço mecânico, como o arco, a funda, a catapulta.


A pólvora só passou a ser usada como força propulsora no século XIV. Seu emprego balístico para accionar peças de artilharia verificou-se somente na defesa de Cambrai em 1339 e na batalha de Crécy em 1346.


Nesta época, estavam em voga as ordens militares, exaltando o espírito cavaleiresco dos homens de farda.


Todas as corporações escolhiam, elegiam um patrono, um santo que houvesse pertencido à carreira das armas.


Os artilheiros quiseram também escolher um orago para sua arma tonitruante.


Para eles, então, nenhum santo varão, nenhum militar ilustre pareceu tão digno da escolha, quanto a valorosa jovem mártir Bárbara.


Aos artilheiros a razão da escolha pareceu óbvia: era crença, na época, que a valorosa mártir regulava e moderava a acção dos raios e das tormentas, à semelhança dos artilheiros que regulam o manejo dos canhões e dos obuses.


A Sua festa é celebrada ao 04 de Dezembro, data provável do seu martírio

in:ligares.blogspot.pt

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