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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Se és alma do outro mundo, diz ao que vens!

Muitas tradições se vão perdendo em Trás-os-Montes! É o caso daquela que é conhecida como a festa do “pau das almas”. Os rapazes na manhã do feriado de 1 de novembro (dia de todos os santos), iam ao monte cortar e apanhar um carro de lenha, que à tarde era leiloada no adro da igreja, sendo a receita aplicada no dia seguinte (dia de fiéis e defuntos) na celebração de missas e ofícios em memória das almas do Purgatório. Mantém-se ainda o “pão das almas” e o “pão do defunto”. O primeiro é uma esmola distribuída, no dia dos fiéis e defuntos, aos pobres que se concentram à porta do cemitério a rezar pelas almas do Purgatório. O segundo é uma última refeição que o falecido “oferece” às pessoas que se incorporaram no seu funeral, em jeito de agradecimento pelas preces de cada um, que “o ajudarão a tornar mais leves as suas penas no Além”.
Em muitas aldeias persiste a crença nas “procissões das almas”, um desfile macabro, que sai à meia-noite do adro da igreja e percorre, de cruzeiro em cruzeiro, as ruas e caminhos da povoação. Esta procissão anuncia a morte próxima de um vizinho. Crê-se também que as almas surgem aos vivos, sob formas diversas (gritos, suspiros, gemidos, redemoinhos, animais…), em apelo pelo cumprimento de preces e promessas não cumpridas. E que os vivos, perante tal visão, devem fazer o sinal da cruz e dizer: “Se és alma do outro mundo, diz ao que vens; se és o demónio, vai bater a outra porta”, ou então: “Se és alma do outro mundo, diz ao que vens; se não és, vai para o raio que te parta!”

(Fonte: PARAFITA, A. – O Maravilhoso Popular, Lisboa, Plátano Editora, 2000)

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