Como dinamizar o interior do país? Como desenvolver e trazer investimento para estas regiões? Vários oradores reuniram-se esta segunda-feira em Bragança, para tentarem encontrar respostas a estas questões e, também, para debaterem ideias e estratégias para a região de Trás-os-Montes. A iniciativa “Interior 2.0″ decorreu no auditório do Núcleo Empresarial da Região de Bragança (NERBA) e foi transmitida em direto em parceria com o Observador.
Na sessão de abertura, Maria de Lurdes Fernandes, em representação da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, destacou a contínua “litoralização do território nacional” como uma das barreiras a ultrapassar. Hernâni Dias, presidente da CM de Bragança, defendeu que “os territórios do interior têm hoje mais qualidade de vida e também mais bem-estar” graças às “políticas públicas de desenvolvimento” implementadas “nos últimos 30 anos”. Eduardo Malhão, presidente do NERBA, também interveio, criticando o “Estado centralista” e a “concentração doentia no litoral”, indicando ainda que “80% dos quadros da Administração Pública central estão em Lisboa”.
“Nós sabemos que em Lisboa não há Agricultura, mas os quadros do Ministério da Agricultura estão precisamente lá.” — Eduardo Malhão, presidente do NERBA
“[Esta conferência] é organizada por pessoas de fora que vêm tentar dar ideias e contribuir para que as pessoas [do interior] consigam ter um outro futuro com mais desenvolvimento. A questão é que eu sinto que as pessoas de cá não estão cá“, disse ao Observador Jorge Pelicano, cineasta português que fez uma apresentação na conferência — e que realizou os documentários Pare, Escute, Olhe e Ainda Há Pastores.Além de tudo isso, acresce uma outra barreira ao desenvolvimento do interior: a “falta de empreendedorismo”, segundo Ricardo Malheiro. Ao Observador, o investigador do Instituto Politécnico de Bragança explicou que este é um problema que se estende a toda a Europa e que também se verifica na região de Trás-os-Montes. E tendo em conta o “tecido empresarial pobre” da região, “é necessário puxar pelos jovens, e se eles têm uma ideia é preciso tentar ajudá-los”.
in:observador.pt
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