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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Bragança, a Capital do Nada

Não obstante o investimento que ao longo dos últimos quinze/vinte anos foi feito, a nível de infra-estruturas e de acessibilidades, para tornar Bragança mais bonita e atractiva, aquilo que salta à vista de todos é que esta interessante e acolhedora cidade tem vindo a perder importância política e económica não só em relação à sua congénere vila-realense, com quem, aparentemente, sempre rivalizou, mas a Mirandela.
Como bragançano, sempre defendi que para se fazer desta cidade um lugar atractivo, em todos os aspectos, tanto para os seus naturais, como para quem a visita e nela pretende fixar-se, não é preciso copiar a supérflua modernidade das grandes cidades. Pensar o contrário, desvalorizando a invejável qualidade de vida e o conforto que ela nos proporciona e oferece, no fundo, os grandes factores de diferenciação, é negar a sua singularidade.
Quanto às razões que têm levado a que Bragança seja, neste momento, uma cidade não muito diferente, em termos apelativos, de qualquer outra vila do distrito, elas estão devidamente assinaladas:
Para além da ausência de políticas de investimento, capazes de fixar pessoas - ainda hoje me custa a aceitar o porquê de Bragança não ter sido contemplada com a Escola Superior de Hotelaria, entregue, diz-se, de mão beijada, aos mirandelenses -, foi a discriminação negativa na distribuição das verbas vindas da União Europeia, ao longo das últimas três décadas. Destinados à coesão social e territorial do país, a aplicação desses dinheiros, ao contrário do propósito, contribuiu para acentuar ainda maias as desigualdades entre o interior e o litoral., porque o imenso bolo nunca foi irmãmente repartido, de acordo com as necessidades de cada região, mas obedecendo a critérios lobistas.
Foi o “ímpeto reformista” dos últimos governos, que levou à desactivação e encerramento de muitos serviços públicos – cujo pontapé de saída foi dado, qual sinal, com o fecho da linha do comboio entre Bragança e Mirandela, no longínquo ano de 1992.
Têm sido os eleitos desta terra que, eternamente dentro da máquina do poder, mais preocupados com as suas carreiras políticas do que com o bem – estar dos seus concidadãos, depois de se lhes confiar o voto, fazem tanto por Bragança e pelo distrito como, por exemplo, os seus homólogos pertencentes ao círculo eleitoral de Faro.
Tem sido a inércia das ditas forças - vivas cá do sítio (um perfeito oximoro), dos empresários locais e o conformismo da iluminada gente provida de “massa crítica”, obviamente, com responsabilidades distintas.
Não seria tentado a escrever sobre o tema, se não tivesse tido conhecimento deste singular e, diria mesmo, hilariante facto que, bairrismos à parte, constitui uma penosa humilhação mesmo para quem tem pela sua terra uma relação menos doentia.
 No final do mês de Fevereiro, chegou às salas de cinema de todo o país “As 50 Sombras de Grey”, porventura, o filme mais mediático e sensacionalista dos últimos anos.
António Pires
O caricato da situação é que algumas dezenas de bragançanos foram obrigados a deslocar-se a Mirandela para ver a dita película, porque na capital de distrito, onde pagam o imposto municipal sobre imóveis (IMI), o imposto único de circulação (IUC), o imposto sobre Mais – Valias, a taxa de saneamento e outros que tais, pasme-se, não existe uma sala de cinema para aceder a este pequeno “luxo” – o que não acontece nas outras dezassete cidades com o mesmo estatuto.
Adequar um epíteto à cidade de Bragança, algo que a ela se associe, não é uma tarefa fácil. Só, pois, com uma grande dose de generosidade me poderia ocorrer outro que não o titulado.

Por: António Pires
in:mdb.pt

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