Número total de visualizações do Blogue

Pesquisar neste blogue

Aderir a este Blogue

Sobre o Blogue

SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite, Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues, João Cameira e Rui Rendeiro Sousa.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Vindima molhada… pipa logo despejada

Pela minha costela de lavrador do Douro, irritam-me sempre os temporais, como os que estão aí, que tanto embaraçam as nossas vindimas. Ainda que as velhas sentenças adociquem o embaraço (“Vindima molhada, colheita abençoada”), inquieta-me mais estoutra: “Vindima molhada, pipa logo despejada”.

Mas, em boa verdade, o homem do Douro está de sobreaviso. E sabe orientar-se: “Em setembro, a palha pró palheiro e as meninas pró candeeiro”; ou então: “Se em setembro a cigarra cantar, não compres trigo para guardar”.

E quanto às cautelas na vindima, a velha sabedoria também diz: “Se o agosto seca os montes, vem o setembro que leva açudes e pontes”. Por isso, há que começar cedo com ela. Dizem os antigos: “Se não vindimas até ao S. Mateus [dia 21], só por milagre de Deus” (e “Depois do S. Mateus, faz as contas às ovelhas, que os borregos não são teus”).

Não esquecendo também a cantiga  que ouvi do povo:

«Se foi cedo o vindimar,
Maria, isso o que tem?
Com a uva no lagar
Já não ma rouba ninguém.»

[Para conhecer um pouco mais sobre saberes do povo, o livro «Os Provérbios e a Cultura Popular», Porto, Gailivro, 2007]

Alexandre Parafita

Sem comentários:

Enviar um comentário