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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite, Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

segunda-feira, 7 de março de 2016

Cidade adormecida

Bragança - Praça da Sé - 1907
Contínuo triste pela minha cidade… Mais do mesmo numa cidade que teima em se tornar uma cidade despovoada, porque nada é feito e o que existe vai desaparecendo de fininho…. As pessoas, sem terem ao que se agarrar, vão abandonando a grande aldeia, que se tornou esta localidade, plantada no meio das serras e que teve movimento absurdamente grande, habitada em cada canto e que hoje se percorre e basta virar o olhar para descobrir placas em cada esquina, em cada varanda, em cada janela, de placas a anunciar, vendas, arrendamentos! Mas a preços proibitivos, para poder suportado o famoso IMI, que deveria ser uma coisa do nosso imaginário, mas dá jeito para as mais variadas autarquias… com isso, quem quer e precisa de um tecto, tem que suportar com o seu magro ordenado, um valor que cubra todas as despesas do valor patrimonial cobrado, por um simples apartamento… certo é que metade ou mais do ordenado de quem trabalha e recebe o ordenado mínimo, vai para pagar uma casa, seja ela alugada ou adquirida… mas num país que tem impostos para tudo e mais alguma coisa, camuflados, com outros nomes, seguimos de vento em popa, como dizem acima das nossas possibilidades… melhor comprar uma tenda e ir para o alto da serra de Nogueira morar… tendo o cuidado de a desmontar todos os dias, pois o campismo selvagem é proibido… E depois recebemos 2 notícias no mínimo intrigantes… 
Nos anos 90, a autarquia aderiu freneticamente ao incremento de sinalização luminosa nos vários cruzamentos da cidade, que achou adequados… depois de anos de mau funcionamento, de inúmeros acidentes, provocados por funcionamentos defeituosos ou ausência dos mesmos, eis que nos chega a notícia de investimentos em rotundas! Umas já feitas e agora mais 3 em locais algo problemáticos, como seja o fundo da Av. Das Cantarias junto à subestação da EDP, outra no cruzamento do Hospital e ainda no cruzamento da Av. das Forças Armadas… obras necessárias que pecam por tardias, pois seria assim que tal deveria ter sido feito nos anos 90, de raiz… Mas quem sou eu para sequer questionar, até porque nem percebo nada disto… E depois a notícia do incêndio no Cineteatro Torralta! Algo estranho e numa altura que nada o faria adivinhar… confesso que a teoria do cigarro mal apagado não me convençe, até porque sou fumador, e sei que nos últimos anos foram (os cigarros) intervencionados para que o seu papel fosse tratado de forma a que produzisse o mínimo calor possível, em contacto fosse com que superfície fosse… já fiz vários testes (sim, porque sou curioso…) em vários produtos inflamáveis, sem resultados satisfatórios no que a incêndio diz respeito… Mas como também não sou bombeiro, nem especialista pirómano, e muito menos perito de seguros nessa área, fico a aguardar os resultados… Sei que se perdeu para já um ícone da cidade, local de encontro da minha juventude, fosse para assistir a grandes filmes, espectáculos, bailes de finalistas, de fim de ano, de Carnaval, teatros, eventos… grandes tardes, noites e madrugadas ali se passaram… 
Morreu, foi enterrado, sem que lhe fosse deitada a mão, foi tendo ao longo dos anos quem fosse pegando nele, até que se extinguiu, tal como o incêndio que veio dar a estocada final... Houve quem fosse pegando no hotel, que o fosse transformando, mas o seu destino estava traçado, tal como foi traçado a outros locais da minha/nossa juventude, que todos quantos por lá passaram têm grandes recordações, como o Cruzeiro, como a REP, como a Bruxa, como a NAC, como a Carruagem junto ao Rio no Jardim entre outros… locais que fervilharam de gente e que foram perdendo o seu espaço pois nem só de diversão se vive e como o trabalho escasseia, foi necessário abandonar o local de conforto e procurar, onde se possa ganhar algo para poder comer algo também… E assim a cidade se vai descaracterizando, procurando de alguma forma, com o seu suposto embelezamento atrair alguém para um local onde nada existe, onde todos ficaram adormecidos, ou se transformaram em zombies seguindo qual rebanho de carneirinhos no seu rame rame diário à espera de algo divino que venha alterar os seus desígnios terrenos, à espera de poder melhorar sem que nada façam, para tal acontecer! 
Fernando Aragão

Acorda Povo!!!!!!!!!!!!!!

Crónica do Corneteiro do BC3 // Por Fernando Aragão  
in: Correio Transmontano no facebook

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