Bragança - Praça da Sé - 1907 |
Nos anos 90, a autarquia aderiu freneticamente ao incremento de sinalização luminosa nos vários cruzamentos da cidade, que achou adequados… depois de anos de mau funcionamento, de inúmeros acidentes, provocados por funcionamentos defeituosos ou ausência dos mesmos, eis que nos chega a notícia de investimentos em rotundas! Umas já feitas e agora mais 3 em locais algo problemáticos, como seja o fundo da Av. Das Cantarias junto à subestação da EDP, outra no cruzamento do Hospital e ainda no cruzamento da Av. das Forças Armadas… obras necessárias que pecam por tardias, pois seria assim que tal deveria ter sido feito nos anos 90, de raiz… Mas quem sou eu para sequer questionar, até porque nem percebo nada disto… E depois a notícia do incêndio no Cineteatro Torralta! Algo estranho e numa altura que nada o faria adivinhar… confesso que a teoria do cigarro mal apagado não me convençe, até porque sou fumador, e sei que nos últimos anos foram (os cigarros) intervencionados para que o seu papel fosse tratado de forma a que produzisse o mínimo calor possível, em contacto fosse com que superfície fosse… já fiz vários testes (sim, porque sou curioso…) em vários produtos inflamáveis, sem resultados satisfatórios no que a incêndio diz respeito… Mas como também não sou bombeiro, nem especialista pirómano, e muito menos perito de seguros nessa área, fico a aguardar os resultados… Sei que se perdeu para já um ícone da cidade, local de encontro da minha juventude, fosse para assistir a grandes filmes, espectáculos, bailes de finalistas, de fim de ano, de Carnaval, teatros, eventos… grandes tardes, noites e madrugadas ali se passaram…
Morreu, foi enterrado, sem que lhe fosse deitada a mão, foi tendo ao longo dos anos quem fosse pegando nele, até que se extinguiu, tal como o incêndio que veio dar a estocada final... Houve quem fosse pegando no hotel, que o fosse transformando, mas o seu destino estava traçado, tal como foi traçado a outros locais da minha/nossa juventude, que todos quantos por lá passaram têm grandes recordações, como o Cruzeiro, como a REP, como a Bruxa, como a NAC, como a Carruagem junto ao Rio no Jardim entre outros… locais que fervilharam de gente e que foram perdendo o seu espaço pois nem só de diversão se vive e como o trabalho escasseia, foi necessário abandonar o local de conforto e procurar, onde se possa ganhar algo para poder comer algo também… E assim a cidade se vai descaracterizando, procurando de alguma forma, com o seu suposto embelezamento atrair alguém para um local onde nada existe, onde todos ficaram adormecidos, ou se transformaram em zombies seguindo qual rebanho de carneirinhos no seu rame rame diário à espera de algo divino que venha alterar os seus desígnios terrenos, à espera de poder melhorar sem que nada façam, para tal acontecer!
Fernando Aragão |
Acorda Povo!!!!!!!!!!!!!!
Crónica do Corneteiro do BC3 // Por Fernando Aragão
in: Correio Transmontano no facebook
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