Sobre o Blogue
SOBRE O BLOGUE:
Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço.
A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)
Memórias Orais// António Rabaça
Este pescador cedo começou a aprender a arte da Pesca com o seu pai: “eu quando tinha cinco ou seis anos andava atrás do meu pai, de noite! A levantar as redes! Lá andava atrás dele! Uma ocasião fui eu mais o meu pai a levantar uma rede, era meia-noite, uma hora, tinha lá 60 lampreias, num laço!”
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNG_O0W6GftHSGlWoTQvDiJRkeKyrvGQwr9lV1Ov-EFDtSnKtc6KsZUHws4VQea3J-Jb8pwXRsafAlxKknwrargFteZJzInLVN-d-PuHbzaRXroORcJGZHFsWeJ8CMlb0WxVcZAPVWPV-4/s400/ar.jpg)
Com 91 anos o “Ti Rabaça”, como é conhecido em Freixo de Espada à Cinta, conheceu as águas do Douro como nenhum outro pescador da zona e sempre soube qual era o melhor peixe para pescar: “pescava o barbo, a boga, antigamente primeiro era a boga, era o escalo, robalo, o robalinho e era o barbo, e era a carpa, e também ainda agarrei quatro solhos, o maior botou 62 quilos, agarrei dois com 48, e agarrei um com 24 e esses é que eram grandes, carai, nem dá para acreditar! E era, pronto, era o peixe que agarrávamos aqui (...).
Adepto da pesca tradicional, “à rede” diz que nunca teve jeito para a pesca mais “moderna”: “à linha não me ajeito a pescar, é tudo com rede (...) nós aparelhávamos com corda e boias e chumbos e aquela história, e depois ficavam as redes prontinhas e lá íamos a pescar! Pescava mais de noite que de dia”.
Além de ter ensinado muita gente de Freixo a pescar ensinou também as melhores formas de cozinhar o peixe: “o pequenino é frito, tudo fritinho, e depois faz uma calda, com cebola e aquela coisa toda, e por fim vinagre…; (...) pode servir de muitas maneiras, pode servir peixe caldeirada, com o rabo na cabeça, o peixe pode ser guisado e depois no fim de guisar fazer uma calda e fazer umas migas de peixe; eu faço muitas vezes as migas de peixe. Tenho lá uma panela de 10 litros que muitas vezes não chegava, nas borgas! Cheia! (...)
Joana Vargas
Sem comentários:
Enviar um comentário