Foto: Movimento Cívico pela Linha do Tua |
“Já tínhamos tido conhecimento que nos últimos dois meses tinham sido britados os os túneis da Falcoeira e das Fragas Más. Agora, estão a ser aplicados pesticidas para fazer quimicamente o controlo da vegetação nas margens da albufeira.
Associada a toda uma sinalização de proibição, e visto que temos recebido informações sobre o estado da linha, resolvemos emitir um comunicado para desaconselhar as visitas ao Vale do Tua.
A estas informações, junta-se uma de quarta-feira, que dá conta do início do enchimento da albufeira, pelo que não aconselhamos a visitar.”
Filipe Esperança não sabe ao certo o motivo pelo qual mais pessoas querem conhecer o Vale do Tua, mas acaba por ser uma reação tardia.
“Penso que, de repente, houve um boom de informação, que levou as pessoas a interessarem-se e a querer visitar, porque a zona vai desaparecer e ficar submersa pela albufeira da barragem.
Há muitos anos que alertamos para esta situação. Infelizmente, as pessoas acordaram um pouco tarde, quiseram visitar o vale tarde, conhecer a linha tarde. Não é de todo mau, mas temos que ser mais ativos e cívicos. Deveria haver um leque de prioridades, que nos levasse a perguntar o que queremos para a nossa região, e o que vai ser bom.”
Segundo informações de Filipe Esperança, a barragem terá começado, efetivamente, a encher esta quarta-feira, depois de a EDP ter anunciado que os primeiros enchimentos seriam feitos este mês. Um momento “triste” e “de reflexão”. Não o término do trabalho do Movimento.
“É um momento de tristeza, de reflexão. No fundo, há dez anos que alertamos para este momento, e que o tentamos adiar. Acabou por se tornar uma realidade. Não é nada de que não estivéssemos à espera, pela história que temos no país e na região, onde os interesses económicos se sobrepõem a outros, aos sentimentos da população e, no caso, até aos pareceres da UNESCO.
Não significa é um perder da luta.”
Filipe Esperança acrescenta ainda que todos os troços considerados perigosos estão devidamente assinalados pela EDP. A empresa, contactada para comentar o caso, ainda não se pronunciou.
Escrito por ONDA LIVRE
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