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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

A Fraga da Moura de Seixo de Manhoses

Na aldeia de Seixo de Manhoses, do concelho de Vila Flor, conta-se que, numa certa noite, estavam umas raparigas a fiar o linho ao serão, e, quando era meia noite, lembraram-se de comer figos pretos. Só que embora soubessem onde os havia, àquela hora não se atreviam a ir lá.
Até que uma delas, mais corajosa, disse:
– Vou lá eu.
As outras ficaram à espera, em lugar seguro, e a mais corajosa foi subir à figueira. Quando estava sobre ela, ouviu-se um grande barulho numa fraga próxima.
As outras fugiram logo, mas ela deixou-se estar à escuta no meio da folhagem. E viu então que era um rei mouro que estava ali com a sua filha e que dizia:
– Ficas aqui encantada, e só sairás quando esta fraga der linho mourisco, regado com sangue de gato preto.
Dali a pouco a fiadeira apareceu junto das companheiras com os figos, muito fresquinhos, e estas ficaram muito admiradas pois pensaram que ela tivesse morrido de susto. Acabaram assim o serão a comer os figos. E sobre a moura encantada, nem palavra.
Depois, a rapariga mais corajosa deixou chegar o tempo de semear o linho, levou terra para o cimo da fraga e semeou-o, regando-o então com sangue de gato preto. Quando o linho amadurou, foi lá, arrancou-o, e, ao arrancá-lo, a fraga abriu-se, quebrando-se o encanto da princesa moura. A moça ganhou assim um grande tesouro e ficou rica para sempre. A fraga lá está e o povo hoje identifica-a como a "Fraga da Moura".

Fonte: Inf. Luzia Marcelino, 79 anos; rec.: Seixo de Manhoses, Vila Flor, 2000.

Mouros Míticos em Trás-os-Montes – contributos para um estudo dos mouros no imaginário rural a partir de textos da literatura popular de tradição oral

Alexandre Parafita

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